Ray Dalio: China precisa de “bela desalavancagem” para evitar crise de dívidas

De acordo com o megainvestidor, isso ajudaria a China a evitar os problemas econômicos enfrentados pelo Japão na década de 1990

Equipe InfoMoney

Ray Dalio (WORLD ECONOMIC FORUM/swiss-image.ch/Photo Moritz Hager)
Ray Dalio (WORLD ECONOMIC FORUM/swiss-image.ch/Photo Moritz Hager)

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Ray Dalio, bilionário e fundador da Bridgewater, destacou a necessidade de a China adotar uma “bela desalavancagem” em conjunto com suas recentes medidas de estímulo para evitar uma crise de dívidas. Durante uma conferência em Cingapura, Dalio definiu a “bela desalavancagem” como uma abordagem equilibrada que combina reestruturação de dívidas com a criação de dinheiro e monetização da dívida.

Dalio explicou que, embora a reestruturação seja deflacionária, a criação de dinheiro é inflacionária, tornando essa combinação a melhor maneira de reduzir a carga da dívida. Ele enfatizou que a China tem a capacidade e a disposição para implementar essa estratégia, conforme demonstrado por suas políticas recentes. Desde o final de setembro, Pequim anunciou várias ondas de estímulos e reformas para impulsionar sua economia.

O megainvestidor também comentou sobre a necessidade de reestruturação da dívida, afirmando que, apesar das mudanças positivas, a China ainda precisa enfrentar esse desafio. Os mercados estão atentos para ver se os formuladores de políticas lançarão um pacote de estímulos fiscais, que alguns economistas sugerem que poderia ser tão grande quanto 10 trilhões de yuan (US$ 1,4 trilhão).

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Dalio alertou que, embora seja fácil criar dinheiro e crédito, isso pode agravar outros problemas. Ele destacou que a reestruturação deve ser feita corretamente, o que representa um desafio significativo. Além disso, ele apontou que grande parte da dívida da China está em nível local, e a população envelhecida do país também representa um desafio.

O fundador da Bridgewater também expressou preocupações sobre a atual postura da China em relação ao capitalismo e questionou se o país ainda consegue manter a vitalidade dos mercados privados e fomentar o empreendedorismo. Ele mencionou que a repressão ao “exibicionismo de riqueza” e o controle sobre empreendedores ricos têm gerado incertezas sobre o futuro econômico da China. No entanto, as discussões sobre reforma tributária e aumento da idade de aposentadoria são sinais positivos de políticas em desenvolvimento.