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Ao falar em doação, muitos podem logo pensar em entregar roupas usadas, alimento ou uma quantia em dinheiro. Realmente, são ações muito necessárias. Mas as pessoas podem ir além e doar um pouco do tempo, conhecimento, habilidade, amor e alegria a quem precisa.
Por meio do voluntariado, é possível notar o impacto positivo direto do trabalho desempenhado. Receber um sorriso ou ganhar um carinho são retribuições não percebidas ao vivo pelo doador quando a ajuda é feita, por exemplo, via transferência bancária.
Esse olhar ampliado sobre a cultura de doação foi tratado pelo 37° episódio do Aqui Se Faz, Aqui Se Doa, podcast produzido pelo Instituto MOL e pelo Movimento Bem Maior, com o apoio do InfoMoney.
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Uma iniciativa que está ajudando a promover a cultura do voluntariado no Brasil é a feita pela plataforma Atados, que de forma gratuita conecta pessoas a oportunidades em causas sociais. É assim: de um lado estão as pessoas com desejo de ajudar. Do outro há instituições que precisam de voluntários. Por meio do Atados, as características são analisadas, e o “match” é dado.
O fundador e diretor-executivo do Atados, o empreendedor social Daniel Morais Assunção, destacou o poder transformador do voluntariado para quem o pratica.
“Na minha visão, voluntariado tem muito a ver com troca. É você realizar uma ação e ter uma experiência. Ter contato com um público diferente, com uma realidade diferente. É aprender coisas novas. É saber que você está impactando uma causa social, mas você está se transformando. E se transformar é um dos objetivos que todo mundo busca nessa vida”, afirmou Daniel em entrevista ao Aqui Se Faz, Aqui Se Doa.
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O Atados divulgou que, entre março e junho de 2020, durante o começo da pandemia no país, a plataforma teve mais de 17 mil inscrições para voluntariado. Além disso, foram criadas 505 vagas de voluntariado a distância nas ONGs, um aumento de 271,3% em comparação ao mesmo período de 2019.
“Com o voluntariado online a gente consegue ter voluntários de todo o Brasil atuando em uma ONG, seja onde for. Conseguimos alcançar mais pessoas para a causa e estamos conseguindo, aos poucos, capacitar as ONGs a ter metodologias um pouco mais escaláveis”, declarou o empreendedor social.
A força transformadora de ajudar quem precisa também foi destacada pelo voluntário Allan Fernandes, que já participou de várias iniciativas, como brincar com crianças em creches e visitar pacientes em hospitais. Ele disse que as pessoas se sentem felizes e orgulhosas pelas ações de solidariedade realizadas.
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“O voluntariado proporciona a você se enxergar e falar [consigo mesmo]: ‘Poxa, que legal essa versão sua! Acho que você deveria se abraçar agora e ser carinhoso com você, assim como você é com os outros’”, disse Allan.
O podcast também ouviu a CEO voluntária da Asec (Associação pela Saúde Emocional de Crianças), Juliana Fleury. Sua rotina de trabalho é intensa, mas gratificante.
“O meu aprendizado é altamente recompensador de todas as demandas dessa intensidade de liderança em um país como Brasil, onde o terceiro setor tem a necessidade de ser como uma empresa de ponta, com inovação, com certificações, com qualidade de operação altamente intensa de demandas”, comentou Juliana.
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A expectativa é que mais pessoas possam sentir esse poder do voluntariado, citados pela Juliana, Allan e Daniel. Antes da pandemia no Brasil, quase 7 milhões de pessoas acima de 14 anos realizavam algum tipo de trabalho voluntário, segundo informações de 2019 da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua). Esse número correspondia a cerca de 4% da população do país.
Em uma pesquisa da CAF (Charities Aid Foundation), feita em 2020 e divulgada em 2021, o Brasil apareceu na categoria voluntariado apenas na 68ª posição, em um ranking de 114 países. Apenas 15% dos entrevistados brasileiros responderam que tinham feito um trabalho do gênero no mês anterior.
O Brasil ficou atrás de vizinhos como Argentina (na 61ª posição), Peru (na 56ª), Bolívia (na 50ª) e Venezuela (na 29ª), por exemplo. A Indonésia foi a primeira colocada.
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