Quem impõe tarifas deve esperar retaliação que seria ruim para todos, diz BCE

"Isto poderia transformar-se numa guerra comercial, o que seria extremamente prejudicial para a economia mundial", disse Luis de Guindos em entrevista

Estadão Conteúdo

Publicidade

Uma guerra comercial envolvendo tarifas retaliatórias entre os Estados Unidos e a Europa seriam más notícias para todas as partes, disse terça-feira (26) o vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Luis de Guindos.

“Quando se impõem tarifas, é preciso estar preparado para a retaliação do outro lado, o que pode iniciar um círculo vicioso. Eventualmente, isto poderia transformar-se numa guerra comercial, o que seria extremamente prejudicial para a economia mundial”, disse Guindos em entrevista ao jornal finlandês Helsingin Sanomat.

E acrescentou: “Seria uma situação em que todos perderiam para todos.”

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, disse em uma postagem em sua plataforma Truth Social que no primeiro dia de sua presidência cobraria do México e do Canadá uma tarifa de 25% sobre todos os produtos que entrassem nos EUA e uma tarifa adicional de 10% sobre produtos provenientes da China.

De Guindos também enfatizou que, além das tarifas, a política fiscal dos EUA precisará estar em foco.

“Ao reduzir os impostos, mas manter a despesa pública, a política fiscal torna-se mais expansionista, o que, aliado a um déficit fiscal e uma proporção da dívida pública muito elevados, pode causar problemas de sustentabilidade fiscal”, observou o dirigente.