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A profusão de protestos na China contra as restrições à circulação de pessoas impostas pelo governo, já consideradas como eventos raros no país, incluíram neste final de semana vários pedidos de renúncia do presidente Xi Jinping. As informações são baseadas em vários vídeos que foram colocados no ar em redes sociais nos últimos dias e destacadas por órgãos de imprensa ocidentais como BBC, CNN e Reuters.
Os vídeos mostram centenas de pessoas gritando o que foi traduzido como: “Xi, renuncie”. Outros manifestantes foram fotografados empunhando folhas de papel A4 em branco, um símbolo dos atuais protestos, usado para driblar a censura que impera no país.
Segundo a BBC, seu correspondente Edward Lawrence foi espancado e preso pela polícia quando cobria um dos protestos em Xangai. Um vídeo mostra o que seria sua prisão: enquanto a multidão grita “soltem ele”, um homem de feições ocidentais é levado à força pelas autoridades e pede: “liguem para o consulado agora”.
Lawrence já foi liberado, mas a BBC alegou que sua prisão foi “profundamente perturbadora”. A versão oficial dos chineses foi que ele não se identificou como jornalista. Nesta segunda-feira (28), o repórter já voltou ao trabalho e informou via Twitter que pelo menos um chinês foi preso ao tentar impedir que ele fosse espancado. Ele também relatou que as pessoas estão sendo obrigadas pela polícia a deletar fotos feitas em seus celulares durante os protestos.
O professor Steve Tsang, diretor do Instituto da China na Escola de Estudos Orientais e Africanos de Londres, disse à BBC que o governo chinês corre o risco de perder o controle se os protestos de Covid se espalharem mais amplamente pela China. Ele disse que o presidente chinês pode optar por reprimir mais fortemente os protestos sob o risco de o Partido Comunista perder o controle da situação, especialmente no ambiente das universidades.
Ao mesmo tempo, é esperado que o governo remova algumas das restrições na política de covid-zero.