Produtos agrícolas e setor extrativo puxam queda de 30,4% da balança em março

Superávit no mês somou US$ 7,48 bilhões, enquanto saldo da balança no trimestre cresceu 22,2% ante mesmo período de 2023, para US$ 19,08 bilhões

Roberto de Lira

Cargueiro de soja dos EUA no Porto de Paranaguá  (Reuters/Rodolfo Buhrer)
Cargueiro de soja dos EUA no Porto de Paranaguá (Reuters/Rodolfo Buhrer)

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Com a esperada queda do agronegócio e do setor extrativo, a balança comercial brasileira teve queda de 30,4% em março ante fevereiro, para um superávit de US$ 7,48 bilhões, informou nesta quinta-feira (4) a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do MDIC. O dado foi fruto de exportações de US$ 27,98 bilhões, uma queda mensal de 14,8%, e de importações de US$ 20,50 bilhões, 7,1% menores do que em fevereiro.

Com isso, no acumulado do primeiro trimestre, a balança comercial apresentou superávit de US$ 19,08 bilhões, com crescimento de 22,2% sobre o mesmo período de 2023. As exportações cresceram 3,2% entre janeiro e março e somaram US$ 78,27 bilhões. Já as importações caíram -1,8% e totalizaram US$ 59,19 bilhões.

Em março, houve queda de 20,8% nas exportações da Agropecuária, que somaram US$ 7,14 bilhões. Na Indústria Extrativa, a retração foi de 23,9%, para US$ 6,42 bilhões. As vendas externas da Indústria de Transformação totalizaram US$ 14,24 bilhões, valor 6,2% menor que o de fevereiro.

A retração das exportações agrícolas foi puxada, principalmente, pela queda nas vendas de Arroz com casca, paddy ou em bruto (-99,9%), Milho não moído, exceto milho doce (-72,5%) e Soja (-26,7%) na Agropecuária

Na extrativa, os destaques foram: Outros minerais em bruto (-54,0%), Minérios de cobre e seus concentrados (-27,4%) e Óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos, crus (-35,5%).

Já na Indústria de Transformação as vendas de Carnes de aves e suas miudezas comestíveis, frescas, refrigeradas ou congeladas caíram 23,6%, enquanto Farelos de soja e outros alimentos para animais, farinhas de carnes e outros animais recuaram 23,8%. Ferro-gusa, spiegel, ferro-esponja, grânulos e pó de ferro ou aço e ferro-ligas, por sua vez, tiveram exportações 36,6% menores

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Em março, o Brasil elevou suas exportações para os Estados Unidos, que cresceram 21,3%, totalizando US$ 3,76 bilhões. Mas houve queda para os demais grandes parceiros comerciais: US$ 1,11 bilhão para a Argentina (-27,9%), US$ 8,50 bilhões para China, Hong Kong e Macau (-23,4%) e US$ 3,38 bilhões para a União Europeia (-31,6%).