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SÃO PAULO – Em abril, a produção industrial brasileira teve queda de 1,3% ante março de 2021 e alta de 34,7% na comparação com o mesmo período do ano passado, revelou nesta quarta-feira (2) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Os números vieram abaixo das projeções dos economistas, que segundo dados compilados pela Refinitiv previam avanço de 0,1% na comparação mensal e 37% na anual.
Vale lembrar que o dado anual reflete o ambiente extremamente deprimido do auge das medidas de isolamento social promovidas no ano passado.
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A queda mensal é o terceiro resultado negativo consecutivo do índice, que acumula perda de 4,4% no período. Com isso, a produção industrial fica 1% abaixo do patamar pré-pandemia. A queda de abril foi disseminada por 18 das 26 atividades investigadas pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM) e foi impactada principalmente pela retração de 9,5% de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis.
No ano, o setor industrial acumula ganho de 10,5% e, nos últimos 12 meses, de 1,1%. Com o resultado de abril, a produção industrial está 17,6% abaixo do nível recorde, registrado em maio de 2011.
André Macedo, gerente da pesquisa, destaca que o espalhamento do resultado negativo pelas atividades foi o maior desde abril de 2020. “O crescimento da produção industrial já vinha mostrando um arrefecimento desde a segunda metade do ano passado. Com a entrada de 2021, o recrudescimento da pandemia e todos os efeitos que isso traz, o setor industrial mostrou uma diminuição muito evidente de seu ritmo de produção. Isso fica claro não só pelos resultados negativos, mas também pelo maior espalhamento desse ritmo de queda”, explica.
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O pesquisador ressalta que, com a entrada dos resultados negativos de fevereiro, março e abril, o setor industrial perdeu o ganho acumulado que mantivera até janeiro acima do patamar pré-pandemia. “Em janeiro, tínhamos um saldo de 3,5% acima do patamar registrado em fevereiro de 2020, ou seja, antes da pandemia. Com os resultados de fevereiro, março e abril de 2021, o setor industrial está 1% abaixo daquele patamar”, diz André.
A atividade coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, que mais impactou o índice geral, também teve resultados negativos espalhados por seus produtos.
A segunda atividade com maior impacto no índice foi produtos alimentícios, que teve queda de 3,4% na comparação com março. “O comportamento negativo elimina o saldo positivo de 3,3% que foi observado nos três primeiros meses do ano. Também se observam influências negativas importantes dos principais produtos investigados dentro dessa atividade, desde os ligados aos bens intermediários, como o açúcar e os derivados de soja, até os que estão dentro do semi e não duráveis, que são mais associados com a nossa alimentação no dia a dia”, diz o pesquisador.
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Outros impactos negativos entre as atividades vieram de impressão e reprodução de gravações (-34,8%), de produtos de metal (-4,0%), de couro, artigos para viagem e calçados (-8,9%), de celulose, papel e produtos de papel (-2,6%), de confecção de artigos do vestuário e acessórios (-5,2%), de produtos têxteis (-5,4%) e de móveis (-6,5%).
Os resultados negativos alcançaram duas das quatro grandes categorias econômicas: bens de consumo semi e não duráveis (-0,9%) e bens intermediários (-0,8%). Já os setores produtores de bens de capital (2,9%) e de bens de consumo duráveis (1,6%) tiveram resultados positivos. Entre as oito atividades que também tiveram taxas no campo positivo, os principais impactos foram de indústrias extrativas (1,6%), máquinas e equipamentos (2,6%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (1,4%).
Alta anual
A alta na comparação anual, de 34,7%, é a taxa mais elevada desde o início da série histórica da pesquisa, em janeiro de 2002. O recorde do indicador é explicado pela baixa base de comparação, uma vez que, em abril de 2020, o setor havia recuado 27,7%, a maior queda já registrada na série. À época, a retração foi influenciada pela intensificação das paralisações ocorridas no setor industrial em decorrência das medidas de isolamento social para combater a disseminação do novo coronavírus.
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Com o resultado de abril, o indicador tem seu oitavo mês de crescimento consecutivo. “Quando observamos abril de 2021 contra abril de 2020, temos uma difusão de resultados positivos. Além de um comportamento de crescimento disseminado, há também magnitudes bem elevadas. Se lembrarmos que em abril do ano passado, o setor industrial vinha mostrando perdas muito intensas por conta da necessidade de isolamento social, com plantas industriais fechadas ou praticamente paralisadas, observamos que a base de comparação é muito depreciada”, explica o gerente da pesquisa.
As principais influências para o crescimento desse indicador vieram de veículos automotores, reboques e carrocerias (996,5%), máquinas e equipamentos (94,3%), metalurgia (54,5%), produtos de minerais não-metálicos (81,3%), bebidas (88,2%) e produtos de borracha e de material plástico (64,0%).
(com Agência de notícias do IBGE)
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