Produção industrial recua após quatro altas consecutivas, mostra Sondagem da CNI

Embora dado de produção tenha sido pior, emprego na indústria avançou pelo quinto mês consecutivo; intenção de investimento caiu um pouco

Roberto de Lira

Linha de produção de veículos
Linha de produção de veículos

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Após quatro altas consecutivas, a produção industrial brasileira recuou em setembro. Segundo dados da Sondagem Industrial, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o indicador recuou de 54,5 pontos em agosto para 49 pontos no mês passado.

A pesquisa da CNI também mostra que o emprego na indústria avançou pelo quinto mês consecutivo. O índice de evolução do número de empregados ficou em 51,4 pontos, acima da linha divisória de 50 pontos, que separa aumento de queda do emprego industrial.

A intenção de investimento recuou 1,6 ponto no mês, para 57,4 pontos, mas ainda permaneceu em patamar elevado ante a média histórica de 51,4 pontos.

Além disso, a indústria se mostrou menos otimista em relação aos próximos seis meses, com queda das expectativas de demanda pelos produtos, de exportação, de compra de insumos e de contratação de empregados. Ainda assim, as expectativas permanecem no território positivo (acima de 50 pontos) para os próximos meses.

Insumos preocupam menos

A falta ou o alto custo da matéria-prima se mantém há mais de dois anos como o maior problema enfrentado pelo setor industrial brasileiro. No terceiro trimestre de 2022, entretanto, o problema foi bem menos sinalizado pelos empresários, atingindo 38,1% das respostas das empresas, 14,7 pontos porcentuais abaixo do segundo trimestre, quando atingia 52,8% das empresas.

A economista da CNI Larissa Nocko destaca que, desde o início da pandemia, no primeiro trimestre de 2020, a falta ou o alto preço da matéria-prima tem sido o principal entrave à produção. “Apesar da desaceleração da produção em setembro e das expectativas menos otimistas, a normalização da cadeia e suprimentos é um elemento central para a retomada do ritmo de produção industrial”, afirmou em nota.

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A elevada carga tributária se manteve na segunda colocação entre os principais problemas apontados pelo setor industrial, atingindo 32,8% das empresas no terceiro trimestre de 2022. As taxas de juros elevadas e a demanda interna insuficiente vem logo depois, atingindo 24,9% e 24,7% das empresas, respectivamente.

O indicador de evolução do preço de matérias-primas ficou em 56,2 pontos entre julho e setembro deste ano, uma queda de pouco mais de dez pontos em relação a abril e junho, quando registrou 66,9 pontos. O dado reforça a percepção da indústria de normalização, ainda que parcial, da cadeia de suprimentos.

Lucratividade

Os indicadores que medem a satisfação com o lucro operacional, a satisfação com as condições financeiras das empresas e a facilidade de acesso ao crédito avançaram, respectivamente, 1,9 ponto, 1,9 ponto e 2,6 pontos.

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O indicador de situação financeira mostra um cenário mais favorável no terceiro trimestre de 2022 na comparação com o segundo. Apesar da melhora, os empresários ainda avaliam que o acesso ao crédito é difícil e que o lucro operacional se situa em patamares insatisfatórios.

Foram consultadas 1.739 empresas, sendo 696 pequenas, 601 médias e 442 grandes, entre os dias 1º e 11 de outubro de 2022.