Produção industrial em setembro reforça projeções de alta superior a 3% do PIB

O principal destaque no mês, segundo os economistas, foi o desempenho da indústria de transformação, que cresceu 1,7% na leitura mensal e 4,6% na anual

Roberto de Lira

Carros em pátio de montadora em São Bernardo do Campo, no Grande ABC (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Carros em pátio de montadora em São Bernardo do Campo, no Grande ABC (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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O crescimento da produção industrial brasileira de 1,1% em setembro, na comparação com agosto, e de 1,7%, na leitura anualizada, e a composição do indicador divulgado nesta sexta-feira pelo IBGE reforçaram as estimativas de que o produto interno bruto brasileiro pode fechar o ano com uma alta até superior a 3%.

O principal destaque no mês, segundo os economistas, foi o desempenho da indústria de transformação, que cresceu 1,7% na leitura mensal e 4,6% na anual. O ponto negativo ficou por conta do setor de mineração/extrativa, que contraiu 1,3% no mês e 2,9% ante setembro de 2023.

Os setores citados que trouxeram mais surpresas positivas foram ‘Derivados de petróleo e biocombustíveis’ e ‘Veículos’.

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O Bradesco citou em análise que a indústria avançou 1,6% no terceiro trimestre, o dobro do registrado no trimestre encerrado em junho. “A indústria extrativa, que caiu no segundo trimestre, aumentou 0,6% nos três meses encerrados em setembro. A indústria de transformação acelerou de 1,1% no segundo trimestre para 1,7%”, comparou o banco.

Um dado destacado foi o crescimento de 4,2% da produção de bens de capital, recuperando parte da queda observada em agosto. Também foi citado que a produção dos insumos típicos da construção civil cresceu.

“Isso, aliado ao bom desempenho das importações de bens de capital, coloca uma boa perspectiva para os investimentos no terceiro trimestre, ainda que o ritmo de crescimento deva ser menor do que o verificado no segundo trimestre do ano”, disse o Bradesco na análise.

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“Nossa expectativa de um crescimento mais modesto do PIB no terceiro trimestre é resultado de um menor avanço dos serviços. De toda forma, o processo de desaceleração da economia será bastante gradual – como mostram os números do mercado de trabalho – e desigual entre setores, como exemplificado pelo desempenho da indústria no terceiro trimestre.”

Para Claudia Moreno, economista do C6 Bank, até o terceiro trimestre, a atividade industrial mostrou significativa resiliência e deve contribuir positivamente para a expansão do PIB do terceiro trimestre. “Projetamos um crescimento de 0,6% para o PIB do terceiro trimestre, uma desaceleração em relação à expansão de 1,4% medida no segundo trimestre.” 

A previsão do C6 Bank é que o setor feche o ano com um crescimento de 3%. Para o PIB, nossa projeção é de expansão de 3% em 2024 e de 1,2% em 2025. 

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A XP também destacou em sua análise  a forte expansão na categoria de bens duráveis, de 6,5% no trimestre, devido principalmente ao aumento na produção de Veículos (+5,8%).

O efeito de carregamento (“carry-over”) estatístico para o 4º trimestre é de 0,8%. “O forte aumento da demanda doméstica tem apoiado a recuperação da indústria brasileira. Tanto o consumo das famílias quanto o investimento em ativos fixos cresceram mais do que o esperado em 2024”, disse a XP.

A análise conclui que a produção industrial deve mostrar uma leve desaceleração nos próximos trimestres, em linha com a moderação da demanda doméstica. “Prevemos que a produção industrial aumentará em quase 3,5% em 2024 e 2,0% em 2025.”

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O rastreador XP para o crescimento do PIB do 3º trimestre ficou em 0,5% (na comparação com o trimestre anterior) e de 3,7% (ante o mesmo trimestre de 2023). A projeção para o crescimento do PIB em 2024 é de 3,1%.

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