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A produção industrial caiu 0,6% em outubro frente setembro, no quinto resultado negativo consecutivo, acumulando nesse período perda de 3,7%. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na comparação com outubro de 2020, na série sem ajuste sazonal, a queda foi de 7,8%. Em setembro, o indicador apresentou queda de 0,4% ante agosto.
O dado veio pior do que o esperado pelo mercado financeiro. A expectativa de analistas ouvidos pela Refinitiv era de leve alta 0,6% na comparação mensal, e de queda de 5% na comparação anual.
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No acumulado do ano, a indústria tem alta de 5,7% e, em 12 meses, igualmente de 5,7%.
“Mais do que o resultado do mês em si, chama atenção a própria sequência de resultados negativos, cinco meses de quedas consecutivas na produção, período em que acumula retração de 3,7%. A cada mês que a produção industrial vai recuando, se afasta mais do período pré-pandemia. Nesse momento, está 4,1% abaixo do patamar de fevereiro de 2020”, analisa André Macedo, gerente da pesquisa, em nota.
Segundo ele, o resultado de outubro mantém uma característica que vem sendo observada ao longo do ano: predominância de taxas negativas e diretamente afetadas pelos efeitos da pandemia de Covid-19, levando ao encarecimento dos custos de produção e ao desabastecimento de matérias primas e insumos produtivos para a fabricação de bens finais.
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Além da perda na margem, Macedo destaca o espalhamento dos resultados negativos, com três das quatro categorias econômicas e 19 das 26 atividades no campo negativo.
A inflação também é elencada pelo gerente da pesquisa como uma das principais detratoras do resultado, uma vez que diminui a renda disponível das famílias. Somado a isso, diz, temos um mercado de trabalho que está longe de mostrar uma recuperação consistente, com uma massa de rendimentos que não avança e marcado pela precarização do emprego.
Comparação anual
Em relação a outubro de 2020, o setor industrial recuou 7,8%, com resultados negativos em três das quatro grandes categorias econômicas, 19 dos 26 ramos, 56 dos 79 grupos e 60,7% dos 805 produtos pesquisados.
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“Já é o terceiro resultado negativo neste indicador e o mais intenso dessa sequência”, ressalta Macedo. Segundo ele, explicam esse comportamento o arrefecimento da produção da indústria ao longo de 2021; o efeito-calendário negativo, uma vez que outubro desse ano teve um dia útil a menos do que igual mês do ano anterior; e uma base de comparação mais elevada.
De acordo com o IBGE, entre as atividades, as principais influências negativas na indústria na comparação anual vieram de produtos alimentícios (-17,1%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-14,5%).
Vale destacar também as contribuições negativas de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-23,4%), indústrias extrativas (-4,7%), produtos de metal (-12,5%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-16,7%), bebidas (-9,2%), couro, artigos para viagem e calçados (-19,0%), produtos de borracha e de material plástico (-9,5%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (-16,0%), produtos têxteis (-18,7%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-12,6%), móveis (-23,2%), manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (-22,8%) e de produtos de minerais não-metálicos (-4,7%).
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Já entre as sete atividades em alta, outros produtos químicos (4,2%) e máquinas e equipamentos (4,1%) exerceram as maiores influências sobre a indústria. Outros impactos positivos importantes foram os de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (1,4%) e de metalurgia (2,9%).
(Com agência de notícias do IBGE)
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