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A série de estímulos e medidas de apoio do governo da China não foram “satisfatórias” para sustentar o problemático mercado imobiliário do país e o setor continuará a mostrar fraqueza. A opinião é do economista chefe do JPMorgan para a China, Haibin Zhu, em entrevista para a rede CNBC, que não vê chance de os preços das casas se estabilizarem antes de 2025.
O preço médio das vendas de casas novas em 100 cidades chinesas aumentou modestos 0,11% em julho, uma desaceleração adicional em relação ao crescimento de 0,13% observado de junho, de acordo com dados divulgados pela China Index Academy no último sábado. Além disso, os preços de revenda de casas caíram 0,71% em relação ao mês anterior, de acordo com o relatório.
Tanto as casas novas quanto as de revenda viram os preços médios caírem 1,76% e 6,89% em relação ao ano anterior, respectivamente, já que o mercado imobiliário do país continua profundamente atolado numa crise.
A Bloomberg informou no sábado que a China avalia um plano para reduzir os custos de empréstimos dos proprietários, permitindo o refinanciamento de até US$ 5,4 trilhões em hipotecas.
No entanto, os analistas estão céticos de que a medida seria eficaz para estimular o sentimento do comprador de casas. “Algumas pessoas acham que isso liberará o consumo – esse é apenas um lado da história”, ponderou Winnie Wu, estrategista-chefe de ações da China no BofA Securities.
A medida de refinanciamento de hipotecas também faria pouco para impulsionar a demanda por novas casas, de acordo com Zhu, do JPMorgan. “Mesmo que a política de refinanciamento de hipotecas se materialize, não é uma política para reviver o mercado imobiliário”, disse, acrescentando que a política “não tem nada a ver com a demanda de novas casas, beneficiando principalmente os proprietários existentes”.
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“O corte de juros não é a melhor política, espremer a margem dos bancos não vai muito longe”, disse Wu, acrescentando que o governo precisa “criar um ciclo de feedback positivo em vez dessa espiral descendente”.