Prévia da inflação, IPCA-15 acelera e sobe 0,83% em junho, puxado por gasolina e energia elétrica

A expectativa, segundo consenso Refinitiv, era de alta de 0,86% frente maio de 2021 e de 8,17% na comparação com junho de 2020.

Equipe InfoMoney

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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) subiu 0,83% em junho, em aceleração após registrar alta de 0,44% em maio de 2021. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Mais de um terço da taxa registrada em junho é derivada das altas na gasolina e na energia elétrica, que contribuíram cada uma com 0,17 ponto percentual, os maiores impactos individuais.

No trimestre encerrado em junho (IPCA-E), o acumulado é de 1,88%, enquanto, em igual período de 2020, a variação havia sido de -0,58%. No ano, o IPCA-15 acumula alta de 4,13% e, em 12 meses, de 8,13%, acima dos 7,27% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em junho de 2020, a taxa foi de 0,02%.

Os números foram praticamente em linha com o esperado, levemente abaixo. A expectativa, segundo consenso Refinitiv, era de alta de 0,86% frente maio de 2021 e de 8,17% na comparação com junho de 2020.

Em termos de grupos analisados, a maior variação foi em habitação (1,67%), que acelerou em relação ao mês anterior (0,79%) e contribuiu com 0,26 p.p. no resultado do mês. O aumento foi puxado pela energia elétrica devido à mudança na bandeira tarifária de vermelha patamar 1 (R$ 4,169) para vermelha patamar 2 (R$ 6,243). A mudança de bandeira deve-se à crise hídrica que tem exigido o acionamento das termoelétricas, de energia mais cara. Os valores extras das bandeiras tarifárias são cobrados a cada 100 kWh consumidos.

Mas o maior impacto (0,28 p.p.) no mês de junho veio dos transportes (1,35%), que haviam sido o único grupo a apresentar queda em maio (-0,23%). O resultado do grupo dos transportes (1,35%) foi influenciado pela alta nos preços dos combustíveis (3,69%). Embora a gasolina (2,86%) tenha tido uma das menores altas do grupo dos transportes – comparada ao gás veicular (12,41%), ao etanol (9,12%) e ao óleo diesel (3,53%) – tem o maior peso e já acumula variação de 45,86% nos últimos 12 meses.

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Alimentação e bebidas continuam subindo, mas de forma estável. Em junho, a alta foi de 0,41%, resultado próximo ao do IPCA-15 de maio (0,48%). A alimentação no domicílio passou de 0,50% em maio para 0,15% em junho.

Contribuíram para essa desaceleração os recuos nos preços das frutas (-6,44%), da batata-inglesa (-9,41%), da cebola (-10,32%) e do arroz (-1,91%). Por outro lado, as carnes (1,14%) seguem em alta. Além disso, os preços do leite longa vida (2,57%) e de alguns derivados como o queijo (1,99%) também subiram.

Na alimentação fora do domicílio (1,08%), o movimento foi inverso. Tanto a refeição (0,86%) quanto o lanche (1,67%) aceleraram em relação a maio, quando registraram inflação de 0,16% e 0,72%, respectivamente. As altas podem ser explicadas, em parte, pelos aumentos nos preços dos produtos de proteínas como carne e queijos, assim como pela alta de outros custos assim como transporte e energia.

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O grupo saúde e cuidados pessoais (0,53%), por sua vez, apresentou variação menor que a do mês anterior (1,23%) e contribuiu com 0,07 p.p no índice geral.

(com Agência de notícias do IBGE)

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