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(Reuters) – O presidente do Banco do Japão (BoJ), Kazuo Ueda, disse que a autoridade monetária deve reduzir suas enormes compras de títulos à medida que se encaminha para uma saída do estímulo monetário maciço, reforçando sua determinação de reduzir de forma constante seu balanço patrimonial de quase US$ 5 trilhões.
Os comentários mantêm vivas as expectativas de que o banco central japonês poderia embarcar em uma redução completa da compra de títulos já na reunião de política monetária da próxima semana.
Em março, o Banco do Japão fez uma mudança marcante em relação ao seu estímulo monetário radical, encerrando oito anos de taxas de juros negativas e controle da curva de rendimento (YCC), uma política que limita o rendimento do título de referência de 10 anos em torno de 0% com uma enorme compra de títulos.
Mas prometeu continuar comprando cerca de 6 trilhões de ienes em títulos públicos por mês para impedir que a mudança de política de março desencadeie um aumento abrupto nos rendimentos.
“Ainda estamos examinando a evolução do mercado desde a decisão de março”, disse Ueda ao Parlamento nesta quinta-feira. “Conforme prosseguimos com a saída de nosso estímulo monetário maciço, é apropriado reduzir” as compras de títulos, disse ele.
Ueda tem dito repetidamente que o Banco do Japão acabará reduzindo sua enorme compra de títulos, mas não deu pistas sobre quando começará a fazê-lo.
Atualmente, a autoridade monetária tem 750 trilhões de ienes (US$ 4,8 trilhões) em ativos em seu balanço patrimonial, quase 1,3 vezes o tamanho da economia do Japão, incluindo títulos públicos.
Sobre a questão de novos aumentos nas taxas de juros, Ueda disse que o Banco do Japão agiria “com cautela para evitar cometer grandes erros”.
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Divergência
Entretanto, houve menos convicção por parte de Toyoaki Nakamura, membro da diretoria do BoJ, sobre o aperto da política em meio a preocupações de que a demanda na economia japonesa continua frágil.
Falando separadamente na cidade de Sapporo, no norte do Japão, Nakamura, um dos membros mais ‘dovish’ (mais leniente com a inflação) da diretoria, disse que a economia pode ver a inflação ficar abaixo da meta de 2% do banco central no próximo ano se o consumo estagnar.
“É prematuro aumentar as taxas de juros agora”, disse Nakamura, quando perguntado sobre as crescentes expectativas do mercado de que o Banco do Japão aumentaria os custos de empréstimos de curto prazo novamente este ano.
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Ele também disse que a autoridade monetária não deveria aumentar as taxas de juros com o único objetivo de desacelerar a queda do iene, embora o iene fraco esteja prejudicando o consumo ao aumentar o custo de vida.
“Quedas acentuadas e unilaterais do iene são indesejáveis, pois aumentam a incerteza sobre as perspectivas”, disse Nakamura em uma coletiva de imprensa após uma reunião com líderes empresariais.
“Mas tentar lidar com o iene fraco por meio de mudanças na taxa de juros teria um impacto negativo sobre a economia”, já que os custos mais altos dos empréstimos esfriariam a demanda, disse ele.
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Nakamura, único dissidente da decisão do Banco do Japão de sair das taxas de juros negativas em março, disse que é “difícil dizer” se o banco central japonês deveria reduzir a compra de títulos já na próxima semana, sugerindo que ele não era necessariamente contrário à ideia.