Preços ao produtor no Brasil desaceleram para 0,45% em maio, diz IBGE

O índice acumula altas de 1,37% no ano e 0,17% em 12 meses; entre os setores com as principais influências em maio, quatro se destacaram: alimentos, indústrias extrativas, metalurgia e papel e celulose

Roberto de Lira

Fábrica da Fiat em Betim, Minas Gerais (Foto: Washington Alves/Reuters)
Fábrica da Fiat em Betim, Minas Gerais (Foto: Washington Alves/Reuters)

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Os preços da indústria subiram 0,45% em maio, desacelerando ante os 0,67% de abril (dado revisado), segundo dados do Índice de Preços ao Produtor (IPP) divulgados nesta quinta-feira (27) pelo IBGE.

O índice acumula agora altas de 1,37% no ano e 0,17% em 12 meses. Em maio do ano passado, a variação frente ao mês anterior tinha sido de -2,88%.

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Alexandre Brandão, gerente de análise e metodologia do IBGE, comentou em nota que, além de ter registrado a quarta variação positiva seguida no índice mensal, os preços da indústria em maio representam o maior resultado acumulado no ano desde maio de 2022, quando havia sido de 9,03%.

“Já a variação de 0,17% no acumulado em 12 meses é o primeiro resultado positivo desde fevereiro de 2023, ou seja, houve a quebra de uma série de 14 resultados negativos”, destacou.

Em maio, 15 das 24 atividades industriais investigadas pela pesquisa apresentaram variações positivas de preço frente ao mês anterior. Em comparação, 21 atividades haviam apresentado maiores preços médios em abril nesse mesmo indicador.

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As quatro variações mais intensas foram em indústrias extrativas (-4,98%); máquinas, aparelhos e materiais elétricos (1,91%); alimentos (1,88%); e vestuário (1,76%).

Entre os setores com as principais influências no índice geral de maio, quatro se destacaram: alimentos, com influência de 0,45 pontos percentuais (p.p.), indústrias extrativas (-0,25 p.p.), metalurgia (0,09 p.p) e papel e celulose (0,06 p.p).

“Vale destacar que o setor de alimentos, que apresentou variação de 1,88%, maior resultado desde outubro de 2023, foi influenciado principalmente por resíduos da extração de soja, leite e arroz, enquanto açúcar apresentou uma queda mais acentuada de preço”, detalhou Brandão. “No caso de resíduos de soja, há uma demanda internacional forte, que se alia a uma depreciação do real que vem ocorrendo”.