Preços ao produtor no Brasil caem 0,31% em janeiro, 3ª queda seguida, diz IBGE

IPP acumula retração de 5,56% em 12 meses; oito das 24 atividades industriais pesquisadas apresentaram variações negativas de preço em janeiro quando comparado a dezembro

Roberto de Lira

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Os preços da indústria brasileira registraram a terceira queda consecutiva em janeiro, com o Índice de Preços ao Produtor (IPP) caindo 0,31% no primeiro mês de 2024 ante dezembro de 2023, informou nesta terça-feira (5) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, o indicador acumula retração de 5,56% em 12 meses. Em janeiro de 2023, a taxa tinha sido de +0,29%.

Em janeiro, oito das 24 atividades industriais pesquisadas apresentaram variações negativas de preço quando comparadas à do mês anterior, acompanhando a variação do índice na indústria geral. Em dezembro do ano passado, 12 atividades haviam apresentado preços médios menores em relação ao mês anterior.

Segundo Murilo Alvim, analista do IPP, essa sequência de resultados negativos do IPP vem após uma série de três meses seguidos de altas, entre agosto e outubro do ano passado.

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“Apesar do índice de -0,31% em janeiro, não há uma queda disseminada por toda a indústria, pois 15 setores tiveram aumento de preços. Já a redução acumulada de 5,56% nos últimos 12 meses representa o 11º resultado negativo consecutivo nesse indicador, algo inédito”, explicou em nota.

As atividades industriais responsáveis pelas maiores influências no resultado de janeiro foram refino de petróleo e biocombustíveis (-0,51 p.p.), indústrias extrativas (0,23 p.p.), alimentos (-0,18 p.p.) e metalurgia (0,07 p.p.).

O setor de refino de petróleo e biocombustíveis (-4,77%) mostrou variação negativa pelo segundo mês seguido. Em dezembro do ano passado, havia registrado -4,03%. O acumulado em 12 meses ficou em -18,26%, completando uma série de 11 resultados negativos.

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“Esse desempenho de refino acontece depois de quatro altas consecutivas. Os preços do óleo diesel, produto com maior peso na atividade, foram os principais responsáveis, já que estão em trajetória de queda nas refinarias desde dezembro de 2023. O álcool também não está com grande demanda, além de contar com uma boa safra da cana-de-açúcar, influenciando no resultado”, detalhou Alvim.