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Quase todos os integrantes do Comitê de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve são a favor de baixar as taxas de juros neste ano, mas o momento para isso aconteça depende da confiança de que a inflação está numa trajetória sustentável para recuar até a meta de 2%. A declaração foi feita pelo presidente do Fed, Jerome Powell, em entrevista coletiva concedida nesta terça-feira (31), após o Comitê decidir novamente pela manutenção das taxas.
“Sentimos que a inflação está caindo, o crescimento tem sido forte, o mercado de trabalho é forte. O que estamos a tentar fazer é identificar um ponto onde estejamos realmente confiantes de que a inflação voltará a descer para 2%, para que possamos então iniciar o processo de redução do nível restritivo”, afirmou.
Ele destacou que os EUA já mostram seis meses de inflação boa, mas que por trás desses números, muito disso vem da inflação de bens, que está significativamente negativa. “É razoável supor que, com o tempo, como a inflação se estabilizará, isso significaria que os setores de serviços teriam de contribuir mais”
Powell afirmou ainda que os integrantes do Fomc querem ver mais dados bons ante de tomar a decisão.
“Não é que estejamos à procura de melhores dados, mas sim da continuação dos melhores dados. A questão é se esses seis meses de bons dados de inflação estão enviando um sinal verdadeiro de que estamos, de fato, no caminho sustentável para uma inflação de 2%. Essa é a pergunta”, disse.
Mesmo quando um dos jornalistas tentou arrancar de Powell alguma declaração sobre quantos meses de inflação bem-comportada seriam necessários para que o Fed tivesse segurança para os cortes, o presidente evitou alimentar especulações. “Não vou colocar um número nisso. Não é que não tenhamos confiança. Temos uma confiança crescente”, disse, lembrando que essa decisão de reduzir as restrições tem consequências amplas.
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“Queremos acertar nisso. Sentimos que a economia está forte, o mercado de trabalho forte, a inflação caindo, isso nos dá a capacidade de fazer isso. Em última análise, fizemos muitos progressos em matéria de inflação, mas queremos garantir que o trabalho será feito de forma sustentável. Isso sairá de nossas comunicações. Não manteremos isso em segredo”, declarou.