Powell admite que momento para corte está próximo, mas mantém dependência de dados

O presidente do Fed afirmou que, se tendência de evolução da economia se mantiver em patamar razoável e mercado de trabalho estiver na condição atual, um corte pode estar na mesa em setembro

Roberto de Lira

O presidente do Fed, Jerome Powell - 
12/06/2024
(Foto: Evelyn Hocksteinq/Reuters)
O presidente do Fed, Jerome Powell - 12/06/2024 (Foto: Evelyn Hocksteinq/Reuters)

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O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, admitiu nesta quarta-feira (31) que a economia americana está se aproximando do ponto em que será apropriado começar a reduzir a taxa de juros.

No entanto, em entrevista coletiva após a decisão de mais uma vez manter as taxas, ele condicionou a flexibilização à continuidade de dados favoráveis.

“Seremos dependentes de dados. Não será uma questão de responder especificamente a um ou dois lançamentos de dados. A questão será: onde a totalidade dos dados, a evolução das expectativas e o equilíbrio de riscos são consistentes com o aumento da confiança e a manutenção de um mercado de trabalho sólido”, listou.

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Segundo Powell, se esse teste for cumprido, a redução da taxa de política monetária pode vir já na reunião de setembro. “Você [a jornalista] perguntou por que não hoje. Eu diria apenas que o sentido amplo do Comitê é que estamos nos aproximando do ponto em que será apropriado reduzir nossa taxa de política. Ainda não estamos nesse ponto.”

Completando seu raciocínio, ele detalhou que, se fosse observado, por exemplo, a inflação caindo rapidamente ou mais ou menos em linha com as expectativas e o crescimento da economia permanecesse razoavelmente forte, com o mercado de trabalho consistente com sua condição atual, um corte de taxa poderia estar na mesa na reunião de setembro.

No entanto, se a inflação se mostrar mais rígida e houver um aumento mais rápido do preços, com leituras decepcionantes, isso seria ponderado com outros fatores.

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“Penso que não será apenas uma coisa. Serão os dados de inflação, os dados de emprego, será o equilíbrio de riscos, será a totalidade de tudo isso para nos ajudar a tomar a decisão”, explicou.

Sobre a confiança do Fed, uma expressão muito usada por Powell no últimos meses, ele repetiu que é apenas a questão de se observar mais dados bons. “As últimas leituras aumentaram a confiança. Vimos progresso em todas as três categorias de inflação: PCE principal, bens, serviços não residenciais e serviços de habitação”, lembrou.

Ele lembrou que houve um trimestre de dados de inflação ruins no início do ano, seguido por um período de dados de inflação bons. “Tivemos sete meses no final do ano passado, queremos ver mais e ganhar confiança. Mais dados bons nos fariam ganhar mais confiança”, disse Powell.

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