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A taxa de desemprego no Brasil caiu para 9,1% no trimestre encerrado em julho, o menor patamar desde dezembro de 2015 e um resultado dentro do esperado pelo mercado (as estimativas eram de exatamente 9,1%, segundo o consenso Refinitiv).
O desemprego entre maio e julho recuou 1,4 ponto percentual na comparação trimestral, entre fevereiro abril (quando estava em 10,5%), e de 4,6 p.p. na anual, com o mesmo período de 2021 (quando foi de 13,7%).
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) e foram divulgados nesta quarta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A população desocupada caiu para 9,9 milhões de pessoas e é a menor desde o trimestre encerrado em janeiro de 2016, uma redução de 12,9% no trimestre (1,5 milhão de pessoas a menos) e 31,4% em um ano (menos 4,5 milhões).
Já o contingente de pessoas ocupadas subiu para 98,7 milhões, o maior da série histórica iniciada em 2012. Com isso, o nível de ocupação atingiu 57,0% (contra 55,8% no trimestre anterior e 52,8% há um ano).
“É possível observar a manutenção da tendência de crescimento da ocupação e uma queda importante na taxa de desocupação”, afirmou a coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy, na divulgação do indicador.
Indicador/Período | mai-jul/21 | fev-abr/22 | mai-jul/22 |
Taxa de desemprego | 13,7% | 10,5% | 9,1% |
População ocupada | 90,7 milhões | 96,5 milhões | 98,7 milhões |
População desocupada | 13,4 milhões | 10,4 milhões | 9,9 milhões |
Nível de ocupação | 52,8% | 55,8% | 57,0% |
O rendimento real habitual subiu de R$ 2,618 para R$ 2.693 em um trimestre (uma alta de 2,9%), mas ainda está abaixo dos R$ 2.773 de um ano atrás.
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Duas atividades influenciaram a queda do desemprego, segundo o IBGE: “comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas”, onde houve acréscimo de 692 mil pessoas no mercado de trabalho, na comparação com o trimestre anterior; e “administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais”, com incremento de 648 mil pessoas.
“Essas duas atividades de fato foram destaques, mas cabe ressaltar que nenhum grupo de atividade econômica apresentou perda de ocupação [no trimestre]”, diz Beringuy. “Ou seja, todos os setores adicionaram pessoas ao mercado de trabalho”.
Recorde de empregos sem CLT
O número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado (exceto trabalhadores domésticos) subiu para 35,8 milhões, uma alta trimestral de 1,6% e anual de 10,0%. Já o número de trabalhadores domésticos permaneceu estável em 5,8 milhões no trimestre e subiu 14,1% em um ano.
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O número de empregados sem carteira assinada no setor privado foi o maior da série histórica (13,1 milhões de pessoas), uma alta de 4,8% na comparação trimestral e de 19,8% na anual.
O de trabalhadores por conta própria cresceu para 25,9 milhões de pessoas, alta de 1,3% no trimestre e de 3,5% no ano, e o de empregadores (4,3 milhões de pessoas) subiu 3,9% e 16,2%, respectivamente. Já o de empregados no setor público (12,0 milhões de pessoas) aumentou em 4,7% e 5,1%.
Com todas essas movimentações no mercado de trabalho, o número de trabalhadores informais chegou a 39,3 milhões, mas taxa de informalidade caiu para 39,8% da população ocupada (contra 40,1% no trimestre anterior e 40,2% no mesmo trimestre de 2021).
Indicador/Período | mai-jul/21 | fev-abr/22 | mai-jul/22 |
Empregados com carteira assinada | 32,5 milhões | 35,3 milhões | 35,8 milhões |
Empregados sem carteira assinada | 10,9 milhões | 12,5 milhões | 13,1 milhões |
Trabalhadores domésticos | 5,1 milhões | 5,8 milhões | 5,8 milhões |
Trabalhadores por conta própria | 25,0 milhões | 25,6 milhões | 25,9 milhões |
Empregadores | 3,7 milhões | 4,1 milhões | 4,3 milhões |
Taxa de informalidade | 40,2% | 40,1% | 39,8% |
Falta trabalho para 24,3 milhões
Apesar das boas notícias, ainda faltava trabalho para 24,3 milhões de pessoas no trimestre entre abril e julho. Mas a taxa composta de subutilização da força de trabalho está em trajetória de queda e chegou a 20,9%, a menor desde junho de 2016.
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A taxa composta de subutilização inclui a taxa de desocupação, a taxa de subocupação por insuficiência de horas e a taxa da força de trabalho potencial (pessoas que não estão em busca de emprego, mas que estariam disponíveis para trabalhar). Em julho de 2021 o indicador estava em 27,9%.
(Com Estadão Conteúdo e Reuters)