PMI industrial do Brasil cai para 44,3 em novembro e entra em de contração pela primeira vez em nove meses

S&P Global vê recuo acentuado no volume de novos pedidos, uma vez que as incertezas das políticas públicas têm diminuído a demanda

Roberto de Lira

Getty Images
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O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial do Brasil caiu pelo sexto mês consecutivo em novembro, para 44,3, dos 50,8 em outubro,, segundo dado sazonalmente ajustado da S&P Global Brazil Manufacturing. Assim, o PMI entrou em território de contração (abaixo de 50,0) pela primeira vez em nove meses.

S&P Global avalia que está acontecendo uma contração acentuada no volume de novos pedidos, uma vez que as incertezas das políticas públicas têm diminuído a demanda. O ambiente externo desafiador também pesou nas vendas totais, com as exportações caindo no ritmo mais acentuado em dois anos e meio.

Embora as empresas estejam cautelosamente otimistas em relação às perspectivas de crescimento, os números da folha de pagamento e as compras de insumos foram reduzidos desde outubro. Por outro lado, foram mantidas as reduções nos preços de insumos e custos de produção.

Para Pollyanna De Lima, diretora associada de Economia da S&P Global Market Intelligence, os fabricantes e seus clientes estavam bastante apreensivos na pesquisa quanto às futuras políticas públicas e à possibilidade de impasse político em novembro. Isso motivou as contrações mais rápidas nos pedidos às fábricas e na produção desde a primeira onda da covid-19 no início de 2020.

“A queda nas vendas globais foi exacerbada por uma queda substancial nas exportações à medida que as condições externas se deterioraram e os riscos de recessão aumentaram. Em particular, as empresas notaram uma demanda mais fraca da América Latina e dos EUA em novembro”, afirmou em nota.

Segundo ela, esse esfriamento substancial da demanda pelo menos ajudou na questão da inflação, já que os fornecedores têm oferecido descontos para itens como metais e plásticos devido a vendas de insumos fracas e melhores níveis de estoque. As empresas, por sua vez, baixaram seus próprios preços de venda pelo segundo mês consecutivo em novembro.

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“Embora a confiança nos negócios para o ano que vem tenha se mantido bem, as empresas se concentraram no presente e alinharam os gastos com a queda nas vendas. Os níveis de emprego foram reduzidos, assim como as compras. “Empresas e consumidores anseiam por clareza sobre a futura política fiscal, o que poderia evitar uma queda econômica mais profunda e prolongada em 2023″, afirma Pollyanna.