PMI de serviços do Brasil perde força e recua para 50,5 em dezembro

Embora tenha permanecido acima da linha média de 50,0, que separa a expansão da atividade da contração, o nível foi o mais baixo em três meses; o PMI composto se manteve estável em 50,0

Roberto de Lira

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O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) de serviços do Brasil recuou de 51,2 em novembro para 50,5 em dezembro, informou nesta quinta-feira (4) a S&P Global. Embora tenha permanecido acima da linha média de 50,0, que separa a expansão da atividade da contração, o nível foi o mais baixo em três meses.

Com esse dado, o PMI composto, que agrega serviços e indústria, se manteve estável em 50,0 em dezembro.

Segundo os dados da pesquisa, as despesas de negócios no setor de serviços aumentaram acentuadamente, embora na menor proporção em quase três anos e meio, enquanto os aumentos contínuos nos encargos empurraram a inflação de preços para um pico de sete meses.

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Ainda assim, no todo, as empresas permaneceram fortemente otimistas em relação às perspectivas da atividade de serviços para 2024.

Segundo a S&P Global, embora a resiliência da demanda tenha sustentado as vendas em algumas empresas, outras indicaram escassez de novos pedidos.

Oferecendo uma trégua para as empresas de serviços, a inflação dos custos de insumos caiu para o seu ponto mais baixo em quase três anos e meio em dezembro. A taxa geral de aumento ficou abaixo de sua média de longo prazo, mas permaneceu acentuada. Várias empresas declararam que as contas de energia, alimentos, combustível e água tinham aumentado desde novembro.

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Pollyanna De Lima, diretora associada da S&P Global Market Intelligence, comentou em nota que que os dados do PMI de dezembro registraram um desempenho trimestral ligeiramente melhor para o setor privado brasileiro do que o observado nos três meses até setembro.

“A economia de serviços registrou expansão ao longo do quarto trimestre, embora o crescimento tenha perdido força em dezembro. Do outro lado do espectro, o setor industrial registrou uma quarta queda consecutiva na produção”, comparou.

Segundo ela, embora os fabricantes tenham observado um ressurgimento das pressões sobre os custos em dezembro, eles relutaram em aumentar os preços cobrados na prestação de serviços em meio aos esforços contínuos para se manterem competitivos e garantirem novos pedidos.

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“Os provedores de serviços mantiveram o poder de precificação, aumentando seus preços em maior escala, apesar da inflação de custos ter recuado. Considerando o ambiente de demanda frágil, as vendas de serviços, e com isso a atividade, podem ser impactadas de forma negativa no curto prazo.”