PMI da indústria no Brasil cai de 47,0 em março para 44,3 em abril, diz S&P Global

Desaceleração do setor se mantém pelo sexto mês consecutivo; houve queda acentuada nos pedidos às fábricas no mês

Roberto de Lira

Produção em fábrica de Jundiaí, no interior de São Paulo (Foto: Divulgação/Dexco)
Produção em fábrica de Jundiaí, no interior de São Paulo (Foto: Divulgação/Dexco)

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O Índice Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês) do setor industrial no Brasil caiu de 47,0 em março para 44,3 em abril, informou nesta terça-feira (2) a S&P Global. A leitura foi consistente com uma deterioração acentuada na saúde do setor, uma das mais intensas em três anos.

Segundo a S&P Global, a desaceleração industrial do Brasil se estendeu pelo sexto mês consecutivo em abril, quando as empresas reduziram a produção devido a uma contração mais acentuada no índice de novos negócios.

Além de relatar o adiamento das encomendas dos clientes, as empresas indicaram que a redução do poder de compra das famílias, a fraca demanda subjacente e a incerteza em torno das políticas públicas pesaram no desempenho do setor.

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Com relação aos preços, houve um aumento mais rápido, embora modesto, nos preços de insumos, mas as pressões competitivas e as vendas fracas impediram o aumento dos custos de produção.

Para Pollyanna De Lima, diretora associada de Economia da S&P Global Market Intelligence, os resultados mais recentes do setor industrial são preocupantes, pois a queda na produção foi acelerada para a segunda mais acentuada em quase três anos em abril.

“Além disso, uma queda acentuada e acelerada nos pedidos às fábricas é um mau presságio para as perspectivas, sugerindo que uma recuperação iminente nas condições operacionais parece improvável”, afirmou.

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Segundo Pollyanna, as empresas também sinalizaram expectativas de mais fraqueza da demanda no curto prazo em sua recusa na compra de insumos, apesar das pressões sobre os preços relativamente moderadas. Além disso, as capacidades foram reduzidas por meio de outra rodada de redução de postos de trabalho.

“A ampla capacidade ficou evidente nos fornecedores, pois os prazos de entrega foram reduzidos no segundo maior grau em mais de 17 anos de coleta de dados, devido à fraca demanda por matérias-primas e itens semiacabados”, informou.