PIB global deve crescer 2,7% em 2024 e 3,0% em 2025, projeta OCDE

Para o Brasil, a projeção da organização é de um crescimento de 1,8% no ano que vem e de uma alta de 2,0% do PIB em 2025

Roberto de Lira

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A economia global deve ter um desempenho similar entre os anos de 2023 e 2025, de acordo com o mais recente relatório de perspectivas econômicas divulgado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O crescimento do PIB global está projetado em 2,9% para este ano, seguido de um ligeiro abrandamento, para 2,7% em 2024, e uma melhoria para 3,0% em 2025.

As estimativas da OCDE apontam que a Ásia deve continuar a ser responsável pela maior parte do crescimento global entre 2024 e 2025, tal como aconteceu em 2023.

Para o Brasil, a projeção de um crescimento de 1,8% no ano que vem e de uma alta de 2,0% do PIB em 2025.

A organização também prevê que a inflação dos preços no consumidor continue a diminuir gradualmente, regressando às metas perseguidas pelos bancos centrais na maioria das economias até 2025, à medida que as pressões sobre os custos diminuem. A estimativa é que o CPI nos países da OCDE diminua de 7,0% em 2023 para 5,2%, em 2024, e para 3,8%. em 2025.

O crescimento do PIB nos Estados Unidos está previsto em 2,4% em 2023, antes de abrandar para 1,5% em 2024, e depois aumentar ligeiramente para 1,7% em 2025, à medida que se espera uma flexibilização da política monetária pelo Federal Reserve.

Na área do euro, que sofreu os efeitos do choque de energia após a invasão da Ucrânia pela Rússia, o crescimento do PIB está previsto em 0,6% em 2023, antes de subir para 0,9% em 2024 e depois para 1,5% em 2025.

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A projeção para a China é de uma taxa de 5,2% este ano, caindo para 4,7% em 2024 e para 4,2% em 2025, devido às tensões contínuas no setor imobiliário e às elevadas taxas de poupança das famílias.

Ao comentar as projeções do relatório, o secretário-geral da OCDE, Mathias Cormann, disse que a economia global continua a enfrentar os desafios do baixo crescimento e da inflação elevada, com um ligeiro abrandamento no próximo ano, principalmente como resultado do necessário aperto da política monetária ao longo dos últimos dois anos. “A inflação diminuiu em relação aos picos do ano passado. Esperamos que volte às metas do banco central até 2025 na maioria das economias”, disse.

Segundo ele, as projeções de longo prazo mostram um aumento significativo da dívida pública, em parte como resultado desse novo abrandamento do crescimento. “São necessários esforços mais enérgicos para reconstruir o espaço orçamentário, também através do estímulo ao crescimento”, afirmou.

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Entre os esforços, ele listou o incentivo à concorrência, a cooperação multilateral e um revigoramento dos fluxos comerciais globais, além de ações transformadoras sobre as alterações climáticas.

Riscos

Sobre os riscos à frente, Cormann citou que as tensões geopolíticas continuam a ser uma importante fonte de incerteza e que elas aumentaram ainda mais como resultado da evolução do conflito entre Hamas e Israel.

“Num contexto de tensões geopolíticas acrescidas e de um declínio a longo prazo da intensidade do crescimento comercial, a esperada recuperação cíclica do crescimento comercial poderá não se materializar. Do lado positivo, um consumo mais forte poderá impulsionar o crescimento se as famílias fizerem uma maior utilização das poupanças acumuladas desde a pandemia da Covid-19, embora isso também possa aumentar a persistência da inflação.”

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O secretário-geral da OCDE comentou ainda que os efeitos do aperto da política monetária desde o início de 2022 são cada vez mais visíveis, com as taxas de juros atingindo seu pico ou perto dele na maioria das economias. “A política monetária deverá permanecer restritiva até que haja sinais claros de que as pressões inflacionárias serão reduzidas de forma duradoura”, defendeu

Ele destacou que não são esperadas reduções das taxas nas principais economias avançadas até meados de 2024 e, em algumas economias, não antes de 2025. Mas ele disse que há margem para reduções das taxas em muitas economias emergentes, embora as condições financeiras globais possam limitar o ritmo dessa queda.

Já a economista chefe da OCDE, Clare Lombardelli, defendeu que os governos precisam realmente começar a enfrentar os desafios crescentes das finanças públicas, especialmente devido ao envelhecimento da população e às alterações climáticas.

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“Os governos precisam de gastar de forma mais inteligente e os decisores políticos precisam  conter as pressões orçamentária atuais e futuras, preservando simultaneamente o investimento e reconstruindo reservas para responder a choques futuros.”