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Berlim e Paris (Reuters) – As duas maiores economias da Europa tiveram desempenhos diferentes no segundo trimestre de 2024. O PIB alemão encolheu inesperadamente no período, depois de ter contornado uma recessão no início do ano, enquanto a atividade econômica francesa cresceu um pouco mais rápido do que o esperado.
Numa prova de que a maior economia da zona do euro não está conseguindo decolar, apesar do abrandamento das pressões inflacionárias, o produto interno bruto da Alemanha contraiu 0,1% no segundo trimestre em comparação com os três meses anteriores, mostraram dados preliminares do escritório de estatísticas do país nesta terça-feira (30).
Analistas consultados pela Reuters previam uma alta trimestral de 0,1% em termos ajustados, após crescimento econômico de 0,2% no primeiro trimestre.
Na comparação anual, o PIB do segundo trimestre recuou 0,1%, em dado ajustado pelos efeitos de preço e calendário.
Os economistas prestarão muita atenção aos dados nacionais de inflação a serem divulgados ainda hoje, antes dos dados de inflação da zona do euro na quarta-feira.
Economistas consultados pela Reuters preveem que a taxa de inflação harmonizada da Alemanha será de 2,5% em julho, sem alterações em relação ao mês anterior.
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PIB da França
Já a economia da França cresceu um pouco mais rápido do que o esperado no segundo trimestre uma vez que a entrega de um navio de cruzeiro impulsionou as exportações, compensando os gastos do consumidor que permaneceram estáveis, mostraram os dados oficiais.
O ministro das Finanças francês, Bruno Le Maire, disse que o desempenho da economia no segundo trimestre significa que o crescimento provavelmente excederá a previsão de 1% do governo anterior, especialmente com a realização dos Jogos Olímpicos, que devem impulsionar a atividade no terceiro trimestre.
A segunda maior economia da zona do euro cresceu 0,3% nos três meses até o final de junho, de acordo com dados preliminares do escritório de estatísticas INSEE.
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O aumento, que superou a expectativa de 0,2% em uma pesquisa da Reuters, oferece ao governo algum alívio depois de ter sido criticado neste ano por ter reduzido sua previsão de crescimento para 2024 de 1,4% para 1% e aumentado suas estimativas de déficit orçamentário.
“Provavelmente teremos um crescimento melhor do que o 1% previsto em fevereiro”, disse Le Maire a jornalistas. “Durante dois anos, a França teve um desempenho superior; nossas políticas econômicas funcionam e estão dando resultados tangíveis.”
Ele acrescentou que o crescimento melhor do que o esperado pode ser positivo para o déficit orçamentário e disse que a França precisa manter o foco na redução dos gastos.
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O país está atualmente em um impasse político depois que o presidente Emmanuel Macron convocou uma eleição parlamentar antecipada em junho, que resultou em um Parlamento dividido.
A aliança de esquerda, que ficou em primeiro lugar nas eleições, quer formar um governo e mudar radicalmente o rumo econômico da França com uma nova iniciativa de impostos e gastos.
O INSEE disse que os gastos dos consumidores, o motor tradicional por trás do crescimento francês, estagnaram no segundo trimestre, deixando a demanda doméstica em alta de apenas 0,1%, devido principalmente a um ligeiro aumento no investimento empresarial e a um salto de 0,6% no investimento público.
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O comércio exterior acrescentou 0,2 ponto percentual ao PIB, já que a entrega do navio de cruzeiro Utopia of the Seas à Royal Caribbean ajudou as exportações a crescerem 0,6%, enquanto as importações estagnaram.
Embora a crise política tenha afetado a confiança das empresas, a expectativa é de que a atividade econômica atinja 0,5% no terceiro trimestre com impulso dos Jogos Olímpicos, atualmente em andamento, segundo previsão do INSEE neste mês.