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O ex-presidente do Peru Pedro Castillo, destituído do cargo pelo Congresso após uma frustrada tentativa de golpe de Estado na quarta-feira (7), foi transferido para uma unidade da Polícia Nacional (PNP) conhecida como Diroes, onde o ex-ditador Alberto Fujimori também cumpre pena.
Castillo foi transferido de helicóptero após passar cerca de oito horas confinado na sede da prefeitura de Lima. Ele está acompanhado do ex-primeiro-ministro Aníbal Torres, que também foi preso ontem.
O jornal La Republica informou que teve acesso a um relatório policial que informou que Castillo se dirigia à embaixada do México logo após a votação do impeachment quando o carro oficial foi abordado por forças de segurança, que o detiveram. Ele estava com Aníbal Torres, sua esposa e uma filha.
A Promotoria Nacional (Fiscalía) liderou o processo de prisão do ex-presidente pelo crime de rebelião por violação da ordem constitucional. Em sua conta no Twitter, o Ministério Público informou que foi ordenado a iniciar um processo preliminar contra Castillo por “suposto crime contra os poderes do Estado e a ordem constitucional, modalidade de rebelião, em detrimento do Estado (art. 346° do Código Penal)”.
O plenário do Congresso peruano aprovou a moção de vacância do cargo contra Pedro Castillo por “incapacidade moral para o exercício de suas funções” poucas horas depois de o então presidente ter feito uma declaração à nação anunciando um “estado de exceção”, com o fechamento temporário do Congresso e a convocação de novas eleições parlamentares.
A atitude de Castillo precipitou os acontecimentos: o Congresso acelerou a votação do impeachment, enquanto as Forças Armadas e a Polícia Nacional se negaram a seguir o presidente, mantendo-se ao lado da Constituição. Às 16 horas (horário local), a vice-presidente Dina Boluarte recebeu a faixa presidencial e fez o juramento como primeira presidente mulher do país.
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Tanto a União Europeia como os Estados Unidos reconheceram a transição de poder como legítima. Para a UE, a crise política foi conduzida de forma “pacífica” e de acordo com “o quadro constitucional”. Segundo a Agência EFE, um porta-voz do Departamento de Estado dos EUA disse que o governo “comemora” a nomeação de Boluarte como presidente e espera começar a trabalhar com ela e seu governo. Além disso, o porta-voz elogiou as instituições e autoridades civis do Peru por “garantir a estabilidade democrática”.