Payroll: EUA criam 150 mil vagas de emprego em outubro, abaixo do esperado

A estimava dos analistas, de acordo com consenso Refinitiv, era de criação de 180 mil vagas no mês; desemprego avançou para 3,9%

Roberto de Lira

Bandeira dos Estados Unidos (Foto: Shutterstock)
Bandeira dos Estados Unidos (Foto: Shutterstock)

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Os Estados Unidos criaram 150 mil vagas de trabalho fora do setor agrícola no mês de outubro, abaixo do esperado e com forte queda ante os surpreendentes 297 mil (dado revisado) novos postos de trabalho em setembro, apontam dados do payroll divulgados nesta sexta-feira (1) pelo Departamento do Trabalho. A taxa de desemprego subiu ligeiramente, de 3,8% para 3,9%, acima da projeção de estabilidade.

A estimava dos analistas, de acordo com consenso Refinitiv, era de criação de 180 mil vagas no mês.

O mercado esperava uma queda no mês por conta das greves nas montadoras de veículos, umas vez que os dados desses trabalhadores parados não contam nas folhas de pagamento.

Em Outubro, o salário médio por hora de todos os empregados em folhas de pagamento privadas não agrícolas nos EUA aumentou em 7 centavos de dólar, ou 0,2%, para US$ 34,00. Nos últimos 12 meses, o rendimento médio por hora subiu 4,1%.

Foram feitas revisões para baixo nos dados do payroll tanto de agosto como de setembro. A variação no emprego total da folha de pagamento não agrícola para agosto foi revisada para 165 mil, uma redução  de 62.000 ante os 227 mil divulgados anteriormente. O dado de setembro, por sua vez, caiu 39 mil, de 336 mil para 297 mil.

Com estas revisões, o emprego em agosto e setembro combinados ficou 101.000 inferior ao relatado anteriormente.

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O número de pessoas que perderam o emprego permanente aumentou em 164.000 durante o mês, para 1.6 milhão, enquanto o número de pessoas em layoff pouco mudou, ficando em 873 mil.

Em outubro, o total de desempregados de longa duração – há 27 semanas ou mais – era de 1,3 milhão. Os desempregados de longa duração representavam 19,8% de todos os desocupados nos EUA. A taxa de participação na força de trabalho ficou em 62,7%, praticamente inalterada no mês.

O número de pessoas que não fazem parte da força de trabalho e que atualmente desejam um emprego era de 5,4 milhões, pouco diferente do mês anterior. Esses indivíduos não foram contabilizados como desempregados porque não procuraram ativamente trabalho durante as 4 semanas anteriores à pesquisa ou estavam indisponível para aceitar um emprego.

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O segmento de saúde criou 58.000 empregos em outubro, em linha com o ganho médio mensal de 53.000 nos último 12 meses anteriores. Já os empregos no governo aumentaram em 51.000 em outubro, voltando assim ao nível pré-pandemia. O crescimento mensal do emprego nos diversos níveis de governo foi em média de 50.000 nos últimos 12 meses.

No setor de construção, o emprego também continuou a registar uma tendência ascendente, com a criação de 23.000 vagas, aproximadamente em linha com o ganho médio mensal de 18.000 nos 12 meses anteriores.

Na indústria de transformação, no entanto, o emprego diminuiu 35.000 em outubro, refletindo um declínio de 33.000 entre as montadoras de veículos e empresas de autopeças, em grande parte devido às greves.

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O emprego em lazer e hotelaria pouco se alterou, com ganho de 19 mil no mês. A média desse setor estava em 52.000 empregos por mês nos 12 meses anteriores.