Parte curta da curva de juros não é compatível com mensagem da ata, diz Campos Neto

Presidente do BC diz que o momento "requer flexibilidade" e que autoridade monetária está "dependente de dados"

Equipe InfoMoney

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O presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, sinalizou que os ajustes das taxas de juros serão graduais “se e quando houver” necessidade fazê-los.

“Entendemos que existe hoje um prêmio de risco na parte curta da curva de juros que não é compatível com a mensagem que foi transmitida na ata, nas comunicações e que foi fruto de convergência de opiniões da diretoria colegiada”, afirmou Campos Neto, em painel na Expert XP.

O mercado encarou a fala como “dovish” (inclinada a taxas de juros mais baixas), e os juros DI caíram na sequência.

“Preferimos não dar guidance porque entendemos que o momento requer flexibilidade”, afirmou, complementando que o Banco Central está bastante dependente de dados.

Sobre o balanço de risco citada na última ata do Copom, que parte do mercado considerou assimétrico, ele explicou houve uma mudança na gradação dos riscos, sem dizer que ele estava assimétrico. “Assimetria não é guidance. A agente está mas dependente de dados. Se der um guidance e mudar num período muito curto, tem um custo de credibilidade para o BC”, disse.

Campos Neto reforçou mais uma vez o firme compromisso do BC em buscar a meta de inflação de 3% ao ano e disse a que a autoridade monetária “fará o que for necessário” para atingir esse objetivo.