Opep mantém inalterada previsão de demanda global de petróleo em 2023 e 2024

Projeção de produção não-Opep deverá crescer 1,4 mb/d, inalterada em relação à estimativa do mês anterior; EUA, Brasil e Canadá são destaques

Roberto de Lira

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A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) manteve a previsão de crescimento da demanda mundial de petróleo em 2023, em 2,4 milhões de barris por dia, segundo relatório mensal divulgado nesta terça-feira (12).

Para 2024, espera-se que a demanda mundial de petróleo cresça ​​2,2 mb/d, também inalterada em relação à avaliação do mês anterior.

Já a previsão de crescimento da oferta de combustíveis líquidos não pertencentes à Opep foi revista ligeiramente em alta para 1,6 mb/d em 2023. Os principais impulsionadores do crescimento da oferta no ano incluem os EUA, o Brasil, a Noruega, o Cazaquistão, a Guiana e a China.

Para 2024, a produção não-Opep deverá crescer 1,4 mb/d, inalterada em relação à avaliação do mês anterior. Os principais impulsionadores do crescimento da oferta de líquidos no próximo ano serão os EUA, Canadá, Guiana, Brasil, Noruega e Cazaquistão. As maiores quedas são esperadas no México e na Malásia.

A demanda da China registou em julho um crescimento anual de quase 2,0 mb/d, pelo terceiro mês consecutivo. O crescimento da procura de petróleo foi impulsionado principalmente pelos combustíveis para transportes num contexto de atividade dinâmica constante, uma recuperação contínua nas viagens aéreas e necessidades robustas de matérias-primas petroquímicas.

Além disso, a Opep destacou que o crescimento da procura de petróleo em julho foi apoiado por uma base fraca face ao ano anterior.

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Em agosto, as margens das refinarias fortaleceram-se e atingiram os maiores ganhos mensais desde janeiro de 2023. Na Costa do Golfo dos EUA, as margens registaram uma tendência ascendente pelo terceiro mês consecutivo, dado o desempenho robusto dos destilados médios, que levaram as margens a novos máximos.

Preços em alta

Em agosto, a cesta de referência da Opep (ORB, na sigla em inglês) aumentou US$ 6,27, ou 7,7%, em relação ao mês anterior, para uma média de US$ 87,33 por barril. O contrato mensal do ICE Brent aumentou US$ 4,94, ou 6,2%, no comparativo mensal, para uma média de US$ 85,10/b, e o contrato mensal do Nymex WTI aumentou US$ 5,29, ou 7,0%, mensalmente, para uma média de US$ 81,32/b. Já o contrato mensal da DME Omã subiu US$ 5,30, ou 6,5%, no comparativo mensal, para US$ 86,46/b.

Em agosto, os preços à vista foram impulsionados pela recuperação dos preços de futuros, que ganharam dinamismo devido às expectativas saudáveis de oferta e procura de petróleo. Os fundamentos do mercado físico permaneceram sólidos ao longo dos ciclos comerciais de agosto e Setembro, caracterizados por uma procura firme no mercado à vista e por um declínio nos estoques nos EUA.

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O aumento da entrada mundial nas refinarias, especialmente nos EUA e na China, juntamente com um aumento acentuado nas margens de refinação globais, sinalizou uma maior procura de petróleo bruto para satisfazer a necessidade crescente de produtos refinados, proporcionando um impulso substancial aos preços à vista.

Segundo a Opep, os preços dos futuros do petróleo bruto mantiveram a sua dinâmica ascendente, aproveitando a recuperação observada em julho, com os investidores exibindo um otimismo renovado devido às perspectivas do mercado petrolífero mundial no curto prazo.

Um aumento nas margens de destilados médios em meio a um mercado de diesel apertado apoio a alta. As preocupações sobre o impacto do Furacão Idalia no fornecimento de petróleo também afetou os futuros do petróleo. Contudo, a recuperação dos preços foi limitada pelos sentimentos sobre as perspectivas econômicas dos EUA e da China.