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O Brasil já estrutura um dos mais completos e complexos ecossistemas de Open Finance do mundo, segundo consenso entre representantes de instituições financeiras presentes na Febraban Tech 2022, evento do setor bancário realizado em São Paulo nesta semana.
O Open Finance é um sistema de compartilhamento de dados feito sob o consentimento de cada usuário às instituições, que processam as informações para disponibilizar produtos e serviços mais atrativos e personalizados.
Sob este guarda-chuva estão dados bancários, de seguros e previdência, investimentos, entre outros. Em estágio mais avançado no país está o compartilhamento de informações bancárias, mais conhecido como Open Banking.
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Alexandre Conceição, CEO do Original Hub, fez uma analogia em debate realizado no evento da Febraban, nesta quarta-feira (10). A empresa, segundo o executivo, deve funcionar como um médico, que cuida da saúde do consumidor. E completou: “a saúde digital é a nossa informação, são os nossos dados”.
Antes do Open Finance, o dado estava necessariamente atrelado às instituições em que o consumidor tinha conta. Essa dinâmica, muitas vezes, causava dor de cabeça ao cliente, que ficava dependente da empresa para ter a acesso a serviços e produtos que precisava.
Nesse contexto, as instituições tomavam suas decisões de negócio a partir de um grande volume de dados que recebiam de sua base. O Open Finance mudou isso, e colocou o cliente no centro decisório. É ele quem escolherá, a partir de agora, quem vai acessar seus dados, quem deve cuidar de sua “saúde digital”.
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“A maioria das empresas já atestam que os dados são recursos cruciais para evoluir em termos de negócios e para serem mais assertivas em suas estratégias”, disse Telma Luchetta, sócia de dados da consultoria EY para América do Sul. “Os clientes estão ficando mais exigentes e querem a melhor experiência possível”.
E o processamento dessas informações mudou sob a lógica do Open Finance, disse Rafael Cavalcanti, superintendente executivo de dados do Bradesco. “Antes, a partir do dado, o banco criava ou oferecia algo da prateleira ao cliente. Hoje, o primeiro passo é entender o que o cliente quer para, depois, solicitar os dados e criar ou oferecer um produto muito mais assertivo para monetizar”.
Uma pergunta exemplifica: “o cliente precisa de empréstimo?”. Este questionamento, segundo os executivos presentes no evento da Febraban, precisa ser feito antes de a oferta chegar ao consumidor. Sob o Open Finance não cabe encher o cliente de produtos só porque são rentáveis ao banco.
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No Itaú, conta Carlos Carneiro, head de Open Finance, o índice de aprovação de cartões de crédito é baixo — o indicador não foi revelado pelo executivo. A aprovação passa por várias etapas, que buscam atestar se o consumidor terá condições financeiras de pagar a conta, depois do produto liberado.
Carneiro disse, no evento da Febraban, que uma mudança no processo alterou a análise de risco de cartões do banco: “adicionamos uma opção que dava uma nova chance de análise de crédito, se o cliente compartilhasse seus dados conosco. Vimos uma melhora relevante na aprovação de cartões, a partir de mais informações que a pessoa optou por nos dar”.
O exemplo do Itaú caminha para a lógica de trabalhar com dados sob demanda: entender o momento do cliente para oferecer o que for mais adequado a ele. A promessa é que isso gere um “ganha-ganha”: o cliente vê valor em compartilhar o dado ao ter um benefício que faça sentido para ele, o que aumenta a chance de contratação e pode gerar mais receita às instituições.
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“Quem buscar fazer ofertas contextualizadas, a partir do momento de vida do cliente, vai sair na frente”, decreta Carneiro.
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