Onze países da UE pressionam pela conclusão do acordo com o Mercosul, diz FT

Representantes liderados por Alemanha, Suécia e Portugal alertam para a crescente perda de influência da Europa na A. Latina; eles advertiram que outras potências ganham influência ainda maior com atrasos no acordo

Equipe InfoMoney

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversa com a presidente da União Europeia, Ursula von der Leyen, em Bruxelas (Foto: Ives Herman/Reuters)
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversa com a presidente da União Europeia, Ursula von der Leyen, em Bruxelas (Foto: Ives Herman/Reuters)

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Onze membros da União Europeia, liderados por Alemanha, Suécia e Portugal, lançaram uma nova iniciativa pela conclusão do acordo comercial com o Mercosul, que se encontra travado especialmente por exigências europeias de sustentabilidade no setor agrícola. Segundo reportagem do jornal Financial Times, representantes da UE assinaram uma carta conjunta em defesa do acordo.

Segundo a reportagem, um grupo de líderes interpartidários, incluindo Olaf Scholz, da Alemanha, Ulf Kristersson, da Suécia, e Luís Montenegro, de Portugal, enviou a carta à presidente da comissão, Ursula von der Leyen, instando-a a selar o acordo, que tem sofrido vários adiamentos desde 2019.

“Dado o contexto de crescentes tensões geopolíticas, é ainda mais essencial desenvolver alianças internacionais robustas”, escrevem os representantes na carta vista pelo FT, acrescentando que a “nossa credibilidade está em jogo”.

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Eles alertam para a crescente perda de influência da Europa na América Latina – sem nomear a China – e apontam para seus “valores compartilhados” e “laços históricos”. “Sem a conclusão do acordo, outras potências ganhariam uma influência ainda mais forte nos mercados latino-americanos, tanto econômica quanto politicamente”.

Ele lembram que, nos últimos 10 anos, as empresas europeias perderam 15% de participação de mercado em média na região.”

A conclusão do acordo foi adiada por preocupações da UE com a Amazônia, com os governos exigindo um instrumento adicional que endureça os critérios de sustentabilidade.

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Mas há resistências a resolver. O presidente francês Emmanuel Macron, continua se opondo ao acordo, pressionado por protestos de agricultores em grande escala, em parte irritados com o medo de importações de alimentos mais baratos do Mercosul. Além disso, grupo agrícola da UE Copa-Cogeca renovou nesta semana seu ataque ao acordo.

Mas mesmo com Irlanda e a Holanda com reservas, apenas a Áustria se juntou à França nessa oposição direta, e acredita-se que eles podem ser derrotados pela maioria dos 27 governos do bloco.