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A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) reduziu nesta quarta-feira (8) sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil neste ano, de 1,4% para 0,6%, na contramão do mercado e do Banco Mundial (que ontem revisou para cima a sua previsão).
A entidade também revisou para baixo a estimativa para o crescimento da economia brasileira em 2023, de 2,1% para 1,2% — em linha com o mercado e o Banco Mundial. Os novos dados foram divulgados no relatório de perspectivas econômicas da OCDE.
A revisão ocorre dias após o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgar que o PIB do Brasil cresceu 1,0% no primeiro trimestre, puxado pelo setor de serviços. O resultado ficou abaixo da expectativa do mercado, mas foi considerado bom e melhorou o “carrego estatístico” para 2022, de 0,3% para 1,5%.
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Para a OCDE, no entanto, depois da forte recuperação do PIB em 2021, o crescimento econômico do Brasil deve desacelerar significativamente em 2022 e se recuperar em 2023. “O aumento da inflação, a guerra na Ucrânia e as condições financeiras mais apertadas corroeram o sentimento econômico e o poder de compra, o que deve afetar fortemente a demanda doméstica no primeiro semestre de 2022″.
O relatório diz que a Selic deve subir até 13,25% e permanecer neste patamar até o início de 2023 e então diminuir lentamente ao longo do ano, à medida que os efeitos defasados dos aumentos recentes são finalmente sentidos”. O mercado, no entanto, projeta que o Banco Central terá de continuar o ciclo de alta de juros devido à persistência das pressões inflacionárias.
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Mercado de trabalho e inflação
A corrida presidencial no fim do ano também adiciona incertezas ao cenário e ajuda a manter o investimento moderado até 2023, segundo a organização. A instituição observa que a recuperação do mercado de trabalho brasileiro tem sido lenta, com a taxa de participação e de rendas reais abaixo dos níveis pré-pandemia.
Com o aumento de preços de alimentos e energia em meio à guerra da Rússia na Ucrânia, a OCDE defende programas sociais para proteger a população mais vulnerável e diz que são necessários esforços adicionais para melhorar o direcionamento e eficácia dos gastos públicos, “para permanecer consistente com uma gestão fiscal sólida”.
O relatório da OCDE também incentiva o Brasil a fazer reformas “ambiciosas” para garantir sustentabilidade fiscal e evitar que taxas de pobreza subam e recomenda uma maior exploração das fontes de energia eólica e solar para complementar a hidrelétrica.
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