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(ANSA) – O número de mortes no atentado ao aeroporto Hamid Karzai em Cabul, no Afeganistão, já passou de 100, segundo informa o jornal norte-americano Washington Post nesta sexta-feira (27). Entre as vítimas, estão os 13 soldados do país e, ao menos, 90 cidadãos afegãos. Há ainda mais de 150 feridos.
O ataque de quinta-feira (26) foi reivindicado pelo grupo terrorista Estado Islâmico de Khorasan (ou Isis-K), uma célula ligada ao EI e que atua na região desde 2014, sendo um rival direto da Al Qaeda. Os extremistas da organização fundada por Osama bin Laden contam com a proteção do Talibã, que reassumiu o poder no país em 15 de agosto.
O risco de um ataque do tipo já estava sendo alertado pelas agências de Inteligência de diversos países, como os Estados Unidos, o Reino Unido e a Alemanha. Segundo os relatórios, diversos homens-bomba do EI estavam se dirigindo para Cabul para se aproveitar da caótica evacuação que está sendo realizada por países ocidentais para atingir os talibãs.
Apesar de negarem que algum dos membros do grupo morreu no ataque desta quinta-feira, os fundamentalistas do governo pediram ajuda da Turquia para garantir a segurança no aeroporto.
“Os talibãs nos propuseram gerir o aeroporto de Cabul, com técnicos civis, mas ainda não tomamos uma decisão. Não é possível dar o luxo a ninguém sobre quem, onde, quando e como devemos conversar. No Afeganistão, há um sério vácuo administrativo, e aqui estamos tendo as conversas necessárias”, disse o presidente turco, Recep Tayyp Erdogan, após um encontro de três horas e meia em Ancara com representantes afegãos.
Erdogan ainda lembrou que “quando todos deixaram o Afeganistão, a Turquia não os abandonou” e alertou que o ataque cometido pelo EI nesta quinta “mostra o quanto essa organização é perigosa na região e no mundo”.
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Mesmo com as conversas em andamento sobre a gestão do aeroporto, o mandatário confirmou que seu país vai evacuar todos os militares e civis que ainda estão no país até o prazo final de 31 de agosto.
O temor de novos atentados no aeroporto, e em Cabul em geral, não é um medo apenas do Talibã. As forças norte-americana, segundo o Washington Post, também estão preocupadas com novos ataques, especialmente, com aqueles feitos com carros-bomba. Há o temor, até mesmo, do lançamento de foguetes contra o aeroporto.
“Acreditamos que eles querem continuar com os ataques e nós esperamos que eles continuarão a atacar”, disse um representante ao jornal.
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Rússia e China condenam ataque
Em declarações oficiais, os governos da Rússia e da China condenaram nesta sexta-feira o atentado terrorista em Cabul.
O porta-voz do presidente Vladimir Putin, Dmitri Peskov, disse que Moscou “condena fortemente” a ação terrorista, mas que o mandatário não deve fazer declarações públicas sobre o assunto porque o país não está envolvido nos trabalhos de evacuação.
Já um dos porta-vozes do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, afirmou que o governo está “chocado” com o ataque e “condena com força” os atentados contra militares dos EUA e os civis.
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“Isso demonstra que a situação da segurança no Afeganistão é ainda complicada e grave”, acrescentou Zhao.
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