Não basta ter ministro reformista, o governo tem de ser reformista, diz Zeina Latif

Economista da XP destacou que não vê a Casa Civil comprometida com a agenda econômica, dialogando com o Congresso

Estadão Conteúdo

(Isac Nóbrega/PR)
(Isac Nóbrega/PR)

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A economista-chefe da XP Investimentos, Zeina Latif, avaliou, no evento Brazil Summit 2019, da revista The Economist, que não vê o governo como um todo alinhado com a agenda econômica. “Não basta o ministro ser reformista, o governo tem de ser reformista. Não vejo o governo alinhado com isso.”

Zeina citou o bom trabalho da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e do secretário Especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, mas destacou que não vê a Casa Civil comprometida com a agenda econômica, dialogando com o Congresso.

“Sinto falta de um estrategista político”, completa, citando preocupação com os efeitos dos ruídos políticos. “O primeiro ano do governo é o que tem maior capital político. Se o Congresso não tem agenda, vai cuidar dos seus assuntos. A agenda está indo na direção correta, mas sinto falta de estratégia.”

No mesmo painel, o economista-chefe para América Latina do Morgan Stanley, Arthur Carvalho, avaliou que o governo tem que se concentrar agora nas reformas “entregáveis”, como a PEC da regra de ouro, o marco do saneamento e a independência do BC.

Segundo ele, a reforma administrativa é um tema “espinhoso”. “O Congresso em meados do ano que vem vai começar a focar no novo ciclo político”, lembrou, completando que a reforma tributária deve ficar “mais para frente.”

Já o economista-chefe da Verde Asset, Daniel Leichsenring, destacou que o governo conseguiu aprovar uma reforma da Previdência robusta, o que era difícil de supor no início do ano porque identificava-se que o governo não tinha base.

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“Há um grau de compreensão da sociedade da urgência e da importância das reformas. A reforma tributária tem muito mais condição de passar do que nos últimos 30 anos.”

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