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A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda avalia que este ano terá uma expectativa de crescimento global moderado, com a continuidade do processo de desinflação. Entre os riscos para esse quadro estão a adoção de práticas protecionistas pelos Estados Unidos e uma desaceleração mais acentuada da economia chinesa. A conclusão está no documento “2024 em retrospectiva e o que esperar de 2025”, publicado nesta quinta-feira (13).
A avaliação da SPE leva em conta as projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI), de crescimento global de 3,3% em 2025. Enquanto os Estados Unidos devem crescer em ritmo inferior a 2024, ainda por conta de efeitos defasados da política monetária contracionista, são esperadas a recuperação da economia japonesa e crescimento na Zona do Euro. “O processo de convergência da inflação à meta deverá continuar em 2025, estando mais próximo em economias avançadas que em países emergentes, onde a desinflação deverá seguir ainda em ritmo lento”, diz.
A SPE alerta para as práticas protecionistas, que vêm sendo adotadas pelo governo de Donald Trump, como um fator de risco para a atividade global e desinflação. “A imposição de tarifas comerciais pelos Estados Unidos tende a elevar a aversão global ao risco, contribuindo para o fortalecimento do dólar. Se o saldo líquido das medidas de proteção tarifária levarem à alta na curva de juros americana e a maior inflação nos Estados Unidos, a perspectiva de flexibilização monetária e resiliência do crescimento global em 2024 tende a ser prejudicada, com potencial de afetar principalmente economias emergentes”, diz o documento.
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Outro fator de risco seria uma desaceleração mais acentuada da economia chinesa. “A imposição de tarifas comerciais pelos Estados Unidos tem potencial de afetar de maneira mais relevante as exportações chinesas, reduzindo a demanda do país por commodities. Para contrabalancear o efeito de aumentos nas tarifas comerciais e estimular a demanda interna, evitando desaceleração mais significativa da atividade, a China ainda pode adotar medidas fiscais de maior impacto”, diz o documento, que lembra que em 2024 as medidas adotadas envolveram flexibilização monetária.
A SPE ainda aponta que há vetores que sugerem menor pressão inflacionária vinda de preços de commodities para este ano. “No entanto, a perspectiva de um aumento na oferta de petróleo e gás nos EUA após a entrada do novo governo americano, a projeção de menor consumo de energia em razão de avanços no campo da inteligência artificial e a previsão de novo recorde para a safra de grãos no Brasil podem colaborar para reduzir os preços de commodities energéticas e agropecuárias em 2025”, diz. Já para os mercados financeiros, a tendência em 2025 é de aumento da volatilidade.