Publicidade
SÃO PAULO – O economista Carlos Lessa morreu nesta sexta-feira aos 83 anos no Rio de Janeiro. Ele estava internado no hospital Copa Star por conta de uma pneumonia desencadeada pelo novo coronavírus, segundo informações do jornal O Globo, e já passava há algum tempo por problemas de saúde. A causa da morte não foi confirmada oficialmente.
Rodrigo Lessa, filho do economista, informou sobre o falecimento do pai numa rede social. Carlos Lessa deixa três filhos e netos.
“Meu amado pai foi hoje às 5h da manhã descansar. A tristeza é enorme. Seu último ano de vida foi de muito sofrimento e provação. O legado que ele deixou não foi pequeno. Foi um exemplo de amor incondicional pelo Brasil, coerência e honestidade intelectual, espírito público, um professor como poucos e uma alma generosa que sempre ajudou a todos que podia quando estava a seu alcance, um grande amigo . Que descanse em paz. Aos que tem afeição por ele, comunicaremos uma cerimônia virtual em função da pandemia”.
Continua depois da publicidade
Como professor, função que exerceu por quase toda a vida entre passagens por cargos públicos, foi eleito em 2002 reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde se formara em Ciências Econômicas em 1959.
Mestre em Análise Econômica pelo Conselho Nacional de Economia, doutorou-se em Ciências Humanas, em 1980, pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O economista foi presidente do BNDES entre 2003 e 2004, durante o governo Lula.
Lessa acumulou, ainda, passagens por diversas instituições, como: Ministério das Relações Exteriores, Centro Econômico para América Latina (Cepal/ONU), Superintendência de Desenvolvimento Econômico (Sudene), Ilpes/ONU, Banco Interamericano de Desenvolvimento (Intal/BID/Argentina), Centro Interamericano de Capacitação em Administração Pública (Cicap/Venezuela), Universidade do Chile, Fundação Getúlio Vargas (FGV), Fundação para o Desenvolvimento da Administração Pública (Fundap), Unicamp, Conselho Superior de Previdência Social (CSPS), Universidade só Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Detergentes do Nordeste e Instituto Virtual de Economia e Logística do Rio de Janeiro.
Continua depois da publicidade
Ele ainda serviu como assessor do ex-presidente do PMDB Ulysses Guimarães e dirigiu a área social do BNDES, o Finsocial (1985-1989). Lessa também foi economista do Instituto Latino Americano de Planificación Económica & Social da ONU e consultor da Fundação para o Desenvolvimento da Administração Pública de São Paulo.
Em nota, a UFRJ afirmou que Lessa sempre trabalhou pela universidade, com respeito às decisões dos colegiados e às instâncias administrativas.
“A Reitoria da UFRJ lamenta profundamente a perda de Lessa e presta condolências à família e aos amigos. O Brasil perde um grande Brasileiro, com B maiúsculo”.
E completou: “na UFRJ como reitor, Lessa defendeu a necessidade do retorno à normalidade institucional, sobretudo pelo respeito às decisões dos colegiados e às instâncias administrativas. Ainda que tenha ficado no posto por seis meses, deixou uma lembrança cultural incomensurável à Universidade do Brasil, a quem tanto amou: criou o bloco Minerva Assanhada, nome escolhido pelo economista, fazendo alusão ao símbolo da Universidade”.