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DAVOS, Suíça (Reuters) – O presidente libertário da Argentina, Javier Milei, elogiou os mercados livres e criticou o socialismo em Davos, durante a primeira viagem ao exterior do autoproclamado “anarcocapitalista”, que está lutando para solucionar uma grande crise econômica em seu país.
A viagem marca um teste para Milei, um político relativamente novo que assumiu o cargo no mês passado após uma rápida ascensão de um economista de língua ácida e comentarista de TV à Presidência da República. Ele está empenhado em obter apoio para suas ideias econômicas, que incluem o fechamento do banco central e a adoção do dólar.
“O socialismo é um fenômeno que cria pobreza”, disse ele em um discurso especial para uma plateia abastada no Fórum Econômico Mundial, onde mais tarde se reunirá com a chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva.
“O capitalismo de livre iniciativa é a única ferramenta que temos para acabar com a fome e a pobreza”, acrescentou.
Milei, que está lutando para derrubar uma inflação que chegou a 200% no ano passado e reconstruir as reservas internacionais, que se esgotaram, chegou ao poder no ano passado impulsionado pela raiva dos eleitores em relação ao agravamento da crise econômica, muitas vezes fazendo campanha com uma motosserra para enfatizar seus planos de reduzir o tamanho do Estado.
Ele está promovendo grandes reformas econômicas, incluindo cortes de gastos e desregulamentação, em uma tentativa de melhorar as finanças do governo e estimular a economia. Mas ele enfrenta níveis de pobreza que estão subindo acima de 40% e a ameaça de agitação social.
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Antes do discurso, Milei se reuniu com o ministro das Relações Exteriores britânico, David Cameron, e estava pronto para um encontro com a diretora-gerente do FMI, Georgieva, depois que a Argentina fechou um acordo a nível de equipe na semana passada para salvar seu programa de empréstimo de 44 bilhões de dólares com o Fundo.
“Conversamos sobre o aprofundamento dos laços comerciais, o apoio que eles nos darão no FMI e como promover os investimentos britânicos na Argentina”, disse Milei após sua reunião com Cameron, de acordo com um relato compartilhado por seu escritório.
A Argentina e o Reino Unido têm um conflito de política externa de longa data sobre a soberania das Ilhas Falkland, administradas pelos britânicos, onde travaram uma breve guerra em 1982. O governo da Argentina disse que o assunto foi abordado, sem acrescentar detalhes.
Buenos Aires há muito tempo busca restaurar as negociações sobre a soberania das Falkland, que a Argentina chama de Las Malvinas, mas o Reino Unido disse que isso não estava na mesa enquanto os habitantes das ilhas quisessem permanecer britânicos.
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A caminho da Suíça em um jato comercial, Milei disse que estava participando do Fórum Econômico Mundial para “plantar a ideia de liberdade em um fórum contaminado pela agenda socialista de 2030”.
Durante seu discurso, Milei se concentrou no papel do Estado em uma ampla gama de atividades, que, segundo ele, se resumem a alavancas de controle, em vez de permitir que os cidadãos tenham a liberdade de prosperar por meio de seus próprios esforços.
A ministra das Relações Exteriores de Milei, Diana Mondino, também se reunirá com Cameron.