Milei admite repique da inflação da Argentina em junho e culpa políticos

Presidente argentino admitiu que IPC deve crescer no mês por conta de atrasos na aprovação de suas medidas no Congresso; sequência de superávits primários também deve ter uma pausa

Roberto de Lira

O presidente da Argentina, Javier Milei, fala em um evento de negócios, em Buenos Aires (Foto: Agustin Marcarian/Reuters)
O presidente da Argentina, Javier Milei, fala em um evento de negócios, em Buenos Aires (Foto: Agustin Marcarian/Reuters)

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Após cinco meses de boas notícias sobre a inflação e as contas públicas na Argentina, são esperados alguns revezes em junho, de acordo com estimativas de economistas e até do presidente Javier Milei. Após a tendência de queda no índice mensal de preços ao consumidor que vem desde dezembro, é esperado um repique. Também deve aparecer o primeiro déficit primário do ano.

Em entrevista ao canal de notícia TN na noite de terça-feira, Milei disse estar otimista para a segunda parte do ano e garantiu que a inflação vai continuar a cair, mas admitiu que haverá um interrupção na desaceleração do IPC neste mês.

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Segundo ele, em junho haverá uma pausa “por causa da política”, em referência aos atrasos na aprovação da Lei de Bases e do pacote fiscal, além da aprovação pela Câmara de uma nova fórmula nos reajustes das aposentadorias. Ele afirmou, no entanto que tendência de desinflação continuará na sequência.

Essa leitura está em linha com a Pesquisa de Expectativas do Mercado do Banco Central da Argentina – semelhante ao Boletim Focus brasileiro – que apontou para expectativas do mercado de uma inflação de 5,5%. no mês, após os 4,2% de maio.

O presidente disse que esse aumento será para “pagar o que os políticos fizeram nas câmaras do Congresso com a demora na aprovação da Lei de Bases”.

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Além do fator político, também deve pressionar os preços a retomada dos aumentos nas tarifas de eletricidade e gás adiados no mês anterior, após uma redução de subsídios focada em setores de renda média e baixa. A isso se somará um aumento nos combustíveis de 4% em média e o aumento nas passagens do metrô.

O governo também espera o primeiro déficit primário do ano porque terá que arcar com o pagamento de bônus do setor público. Segundo as últimas falas do ministro da Economia, Luis Caputo, o Setor Público Nacional acumulou um superávit primário de mais de 1% do PIB e um superávit financeiro de 0,4% do PIB neste ano.