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Os países latino-americanos que demoraram ou hesitaram em aprovar testes caseiros de Covid-19 amplamente utilizados em países desenvolvidos estão recorrendo a eles para lidar com o ressurgimento do vírus em uma das regiões mais atingidas do mundo.
O Brasil autorizou autotestes na última sexta-feira (28) para combater o aumento exponencial de casos da variante ômicron. A Argentina deu luz verde no início de janeiro e foi seguida por Peru e Chile, que foram os primeiros a aprová-los no ano passado.
A maioria dos kits ainda está em processo de importação e acordos com empresas para distribuição em farmácias e lojas de varejo em meio à crescente demanda global.
As autoridades de saúde dizem que, juntamente com a vacinação e o uso de máscaras, os autotestes feitos por empresas como Abbott Laboratories e Roche Holding AG são cruciais para cidadãos e governos que tentam conter uma pandemia de dois anos, que já matou mais de 5,6 milhões de pessoas em todo o mundo. Os testes levam apenas cerca de 15 minutos ao invés de dias como um teste de RT- PCR de laboratório, embora produzam mais falsos negativos.
Algumas autoridades latino-americanas temem que os autotestes levem a uma “falsa sensação de segurança” e possam distorcer os dados oficiais.
Em Honduras, as autoridades relutam em aprovar o autoteste porque seria difícil para as pessoas colherem uma “boa amostra”, segundo Mitzi Castro, diretora do Laboratório Nacional de Virologia do país. “Os testes caseiros dariam muitos falsos negativos, e as pessoas pensariam que estão saudáveis”, disse ela.
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O governo equatoriano os proibiu por “razões epidemiológicas”. De fato, o país nunca permitiu o autoteste para doenças no passado. Atualmente, os exames laboratoriais estão disponíveis apenas para pessoas que precisam deles por motivos médicos ou para viajar. As prescrições são necessárias.
Em todo o mundo, a introdução do autoteste variou de país para país. Espanha, França, Grã-Bretanha, Estados Unidos e Alemanha deram sinal verde, embora a oferta não tenha acompanhado a demanda.
O presidente Joe Biden está enviando 500 milhões de testes gratuitos de Covid-19 para residências nos EUA enquanto autotestes são vendidos pelo triplo do preço de varejo. A Abbott disse que atualmente está fabricando mais de 100 milhões de testes para atender à crescente demanda.
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Aos doentes
Com testes laboratoriais limitados, alguns países latino-americanos estão priorizando pacientes com sintomas, enquanto outros pediram à população que ficasse em quarentena em vez de fazer o teste devido à alta demanda.
O subsecretário de Saúde mexicano, Hugo Lopes Gatell, disse que o país vive uma escassez de exames laboratoriais e pediu à população que não sature os laboratórios públicos e privados.
“Em vez de correr para o centro de saúde para fazer o teste, o que você precisa fazer é ficar em casa para evitar infectar outras pessoas”, disse Lopez Gatell em entrevista coletiva no mês passado. “A escassez de testes é global.”
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Bertha Hidalgo, professora associada de epidemiologia da Universidade do Alabama em Birmingham, disse que os testes em casa devem ser introduzidos juntamente com um forte programa educacional. Se as pessoas tiverem um resultado positivo, “devem agir de acordo”, disse ela.