Mercado vê déficit primário menor, mas dívida maior, mostra Prisma Fiscal

Relatório do BC de outubro mostra expectativa pelos analistas de déficit primário de R$ 63,8 bi neste ano e de R$ 88,3 bi no próximo; dívida bruta deve ir a 78,27% em 2024 e a 81,20% em 2025

Reuters

Moedas de 1 real (Foto: Bruno Domingos/Reuters)
Moedas de 1 real (Foto: Bruno Domingos/Reuters)

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Brasília (Reuters) – Economistas consultados pelo Ministério da Fazenda melhoraram suas previsões para o resultado primário do governo neste ano e em 2025, mas elevaram as projeções da dívida pública bruta em ambos os períodos, mostrou nesta segunda-feira (14) o relatório Prisma Fiscal de outubro.

Segundo o relatório, a expectativa mediana agora é de saldo primário negativo de R$ 63,832 bilhões em 2024, ante visão anterior de déficit de R$ 66,665 bilhões. Para 2025, a expectativa para o resultado primário chegou a um déficit de R$ 88,380 bilhões, ante R$ 93,067 bilhões no mês passado.

Em relação à dívida bruta do governo geral, os economistas agora esperam que ela chegue a 78,27% do Produto Interno Bruto (PIB) ao final de 2024, de 77,91% projetados em setembro. Para 2025, a previsão é de que a dívida chegue a 81,20% do PIB, ante projeção anterior de 80,61%.

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Os dados vêm em meio a preocupações persistentes do mercado com a capacidade do governo de melhorar a trajetória fiscal, com dúvidas sobre o impacto de medidas arrecadatórias e incertezas em relação a cortes de despesas, enquanto o aumento nos juros básicos eleva o custo da dívida pública.

A meta do governo é zerar o déficit primário ao fim deste ano, também com alvo de déficit zero nas contas de 2025.

Para a arrecadação, a expectativa mediana subiu para este ano e o próximo. A nova projeção indica a entrada de R$ 2,645 trilhões em 2024, contra R$ 2,634 trilhões estimados no mês anterior. Em 2025, a arrecadação federal é vista em R$ 2,799 trilhões, contra R$ 2,779 trilhões projetados em setembro.

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira que as compensações aprovadas pelo Senado para a desoneração da folha de empresas não serão suficientes para atender à decisão do Supremo Tribunal Federal, que exigiu essa cobertura, e, por isso, será preciso fazer um debate com o Congresso sobre o tema até o fim do ano, indicando a necessidade de aprovação de novas medidas arrecadatórias.

Os economistas consultados no Prisma ainda deixaram estável a projeção para as despesas totais do governo central neste ano — em R$ 2,210 trilhões — e elevaram a estimativa para 2025 – R$ 2,369 trilhões, de R$ 2,366 trilhões em setembro.