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O IPCA de outubro mostrou alta de 0,56%. A projeção da XP era de 0,57%. Caio Megale, economista-chefe da XP, que comandou o programa Morning call da XP nesta sexta (8), disse que o Banco Central sinaliza ser duro na resposta casa a inflação continue ameaçando fugir da meta.
“Tivemos pressões crescentes inflacionárias ao longo do ano por conta do câmbio, aumento de custos laborais das empresas, demanda muito aquecida e sinalizações de que a ociosidade da economia está apertando”, explicou. “Quando a ociosidade da economia aperta, as pressões inflacionarias começam a crescer”, acrescentou.
Banda de tolerância
A despeito do resultado do IPCA de outubro, o economista disse que é preciso observar como a inflação se comportará nos meses finais de 2024. “A inflação do último trimestre do ano é chave para gente saber se ela vai continuar rodando em 4%, 4,5%, ou seja, acima da meta (3%), mas dentro da banda de tolerância, ou se vai passar disso”, explicou.
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Já sobre o pacote fiscal a ser anunciado pelo governo, Caio Megale mostrou preocupação de como se pretende aplicar as medidas.
“A despesa pública brasileira vem crescendo num ritmo bastante intenso, ameaçando a factibilidade do arcabouço fiscal. Precisariam de medidas estruturais para que essas despesas não crescessem tanto e caibam dentro do arcabouço ao longo do tempo”, afirmou.
Pacote fiscal
Ele não crê em anúncio de pacote fiscal ainda essa semana. “Mais importante do que o tamanho do corte de despesas, são as medidas estruturais. Precisa mudar regras de crescimento de despesas para que elas sejam sustentáveis ao longo do tempo e não em 2024 e 2025. É isso que vai dar previsibilidade à economia brasileira”, disse.
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Com relação a decisão do Federal Reserve (Fed) de corte de 0,25 ponto percentual (pp) nos juros, segundo ele, isso já era “telegrafado”. Megale crê que um novo corte de 0,25 pp vira na reunião do fed em dezembro, mas é possível que em janeiro dê uma pausa, para uma nova queda somente no encontro seguinte.
“A verdade é que os dados da economia americana vieram mais forte”, destacou. Mas como a inflação está perto da meta (2%), faz sentido cortes menos intensos.
Trump inflacionário
Ainda sobre os principais temas da semana, Caio Megale afirmou que “Trump é visto por muitos como inflacionário da economia americana”. Segundo ele, por diversas razões, como a manutenção do déficit primário, que traz pressões inflacionárias ao longo do tempo.
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“Além da política de fechamento da economia e aumento de tarifas (de importação), o que faz crescer custos de produção”, disse.
“E ainda pela política imigratória. A gente sabe que fluxo migratório ajuda a equilibrar o mercado de trabalho. Por todas essas razões, o Trump é visto como inflacionário”, concluiu.
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