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Em tom bastante crítico, o CEO e CIO da renomada gestora Verde Asset Management, Luis Stuhlberger, mostrou-se arrependido de ter acreditado que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conseguiria adotar uma postura um pouco mais controlada em relação ao equilíbrio das contas públicas ao longo de seu mandato.
“Eu me penitencio por ter acreditado que o PT poderia minimamente ter alguma seriedade fiscal”, afirmou o executivo durante evento organizado pela gestora nesta terça-feira (7).
A decepção com o Governo atual ganhou força após a mudança da meta de superávit primário para 2025 e 2026, anunciada no mês passado. “Esse PLDO de 2025 foi um ‘game changer’ enorme do que esperar desse governo em termos fiscais”, destacou Stuhlberger.
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O executivo destacou que o arcabouço fiscal virou uma “peça de ficção” e que agora o que ele achava que era “ruído” passou a ser “sinal”. “Voltamos ao risco do fiscal e a grande facilidade para alterar o arcabouço colocou em xeque a sua credibilidade”, resumiu.
No último dia 15 de abril, a meta de resultado primário do Governo Central em 2025 deixou de ser um superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) e passou para um quadro de equilíbrio entre receitas e despesas (déficit zero).
Como o novo arcabouço fiscal permite uma banda de tolerância de 0,25 ponto percentual para cima ou para baixo, o novo objetivo permitiria um déficit de até 0,25% do PIB no ano que vem sem que o governo incorresse em descumprimento − o que acarretaria em sanções e no acionamento de gatilhos fiscais.
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O PLDO de 2025 também fez uma revisão da promessa do resultado primário de 2026, último ano do atual governo. Neste caso, a meta sai de um superávit de 1% do PIB para 0,25% − o que equivale a um saldo positivo de R$ 33,1 bilhões para as receitas ante as despesas.
Nos cálculos do Governo, a projeção de crescimento das despesas chegaria a 2,5% e 2,6% em 2025 e 2026, respectivamente. A Verde estima, no entanto, que, caso os entrantes na Previdência e o pagamento do Benefício de Prestação Continuada (BPC) continuem crescendo no ritmo atual, esse avanço das despesas iria para 3,4% e 3,7%, pela ordem, em 2025 e 2026.