Maersk interrompe transporte pelo Mar Vermelho após ataque a navio

Um dos navios da companhia dinamarquesa foi atacado com mísseis por militantes do Houthi, grupo rebelde do Iêmen

Roberto de Lira

Contêineres empilhados em navio de carga no Canal de Suez, Mar Vermelho, no Egito (Camille Delbos/Getty Images)
Contêineres empilhados em navio de carga no Canal de Suez, Mar Vermelho, no Egito (Camille Delbos/Getty Images)

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A companhia naval dinamarquesa Maersk informou nesta terça-feira (2) que decidiu novamente interromper por prazo indefinido o transporte marítimo pelo Mar Vermelho, depois que um de seus navios foi atacado por militantes Houthi no fim de semana. A decisão da empresa prolonga uma pausa de 48 horas implementada imediatamente após o incidente.

O Maersk Hangzhou, um navio porta-contêineres com bandeira de Cingapura que opera entre a Europa e a Ásia, foi atacado com mísseis pelo grupo rebelde do Iêmen apoiado pelo Irã na noite de sábado (30/12). Posteriormente, quatro barcos se aproximaram do navio, atiraram nele e tentaram abordá-lo, segundo a empresa.

Fontes próximas à Marinha dos Estados Unidos informaram às agências de notícias que, na manhã de domingo (31/12) helicópteros responderam ao fogo vindo de barcos controlados pelos Houthis, afundando três deles e matando as tripulações. O quarto barco fugiu. Mais tarde, o grupo rebelde reivindicou o ataque e disse que perdeu 10 combatentes no encontro.

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A companhia informou que alguns de seus navios serão redirecionados e continuarão sua viagem ao redor do Cabo da Boa Esperança, na África do Sul.

Há uma semana, a Hapag-Lloyd, outra companhia marítima que transporta cargas pela região, também  informou que continuará a evitar trânsitos pelo Mar Vermelho e que redirecionará seus navios para  o Cabo da Boa Esperança até pelo menos 9 de janeiro.

Por conta da continuidade da tensão na região, os preços do petróleo operaram voláteis nesta terça-feira, saltando mais de 2% no início do dia, mas depois perdendo esses ganhos. O petróleo bruto WTI caiu 82 centavos, ou 1,14%, negociado a US$ 70,83 por barril. Já o Brent perdeu 68 centavos, ou 0,88%, com negociação a US$ 76,36 por barril.

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Cerca de 12% do comércio global e perto de 3 milhões de barris de petróleo trafegam pela Mar Vermelho a cada dia, de acordo com cálculos da RBC Capital Markets.