Litoral paulista rejeita turistas, mas isolamento social cai

O primeiro dia da folga prolongada teve número de visitantes considerado alto

Estadão Conteúdo

Distribuição de alimentos em Belo Horizonte (MG) em meio à pandemia de coronavírus (Foto: Pedro Vilela/Getty Images)
Distribuição de alimentos em Belo Horizonte (MG) em meio à pandemia de coronavírus (Foto: Pedro Vilela/Getty Images)

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Mesmo com barreiras e até mandando turistas de volta para casa, houve queda no isolamento social do litoral no primeiro dia do feriadão.

Apesar dos bloqueios montados pelas prefeituras, nesta quarta, primeiro dia da folga prolongada causada pela antecipação de feriados na capital, o número de visitantes foi considerado alto.

Houve queda no isolamento, por exemplo, em Ubatuba, (de 61% para 57%), Caraguatatuba (de 55% para 51%) e São Sebastião (de 63% para 61%), que restringiram a entrada de veículos.

Houve também congestionamentos, agravados pelas barreiras nos acessos. Em Santos, foram registrados 4 quilômetros de lentidão na Via Anchieta.

Houve registros de filas de carros também em Ubatuba, São Sebastião e Caraguatatuba. Moradores de São Sebastião fizeram sepulturas de areia e fincaram cruzes na Praia de Juquehy, numa advertência aos turistas para os riscos da pandemia.

Em diversos pontos do município, associações de moradores ergueram barricadas de areia e blocos nos acessos às praias.

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Dados divulgados nesta quarta pelo governo do Estado mostram um grande avanço do coronavírus nos municípios do interior e do litoral de São Paulo, superando o índice registrado na Grande São Paulo.

A doença atingiu 484 cidades paulistas e em 223 houve mortes. Na Baixada Santista, só no mês de maio, o número de casos aumentou 156%.

Já o número de mortes teve aumento de 121%. Conforme o prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto (PSDB), depois de cada feriado o número de casos na região sobe 30%.

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Um documento enviado na terça-feira pelo Consórcio Intermunicipal do Litoral Norte ao governo estadual pede ações de restrição ao tráfego em quatro rodovias – Tamoios, Rio-Santos, Mogi-Bertioga e Oswaldo Cruz – sempre que houver antecipação de datas comemorativas na capital. Augusto observou que “mesmo com as barreiras sanitárias, com mais de 1 mil veículos abordados, a cidade está lotada”.

Moradores da região apoiam as barreiras. “Com a chegada de turistas neste momento, a gente tem receio de sobrecarga no sistema de saúde, não apenas pela covid-19, mas também pelo maior risco de acidentes de trânsito e brigas que resultam em hospitalização”, disse o cirurgião dentista Eduardo Gonsalves, de Praia Grande.

Muitos turistas que tentaram chegar às praias tiveram de voltar. A prefeitura de Santos informou que, até as 10 horas, 15 carros com turistas tinham sido obrigados a retornar às cidades de origem. Caraguatatuba também rejeitou turistas. Nas barreiras sanitárias, quem tinha febre recebia o encaminhamento para um posto de saúde.

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Estado de SP

Já a Secretaria de Transportes e Logística informou que as rodovias de acesso tiveram queda de 35,3% no fluxo, no primeiro dia do feriadão, em comparação com o mesmo dia normal da semana passada.

Nesta quarta, desceram para o litoral, pelo Sistema Anchieta-Imigrantes, 31.905 carros, ante 49.294 da quarta-feira anterior. Conforme a pasta, não estão previstos mais bloqueios nas rodovias e a restrição às praias cabe às prefeituras locais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.