Kremlin considera oportuno limitar exportações de gasolina e diesel; preços internos caem no atacado

Preços atacadistas da gasolina AI-92 caíram 9,7% desde ontem, enquanto os preços internos do diesel recuaram 7,5% desde o anúncio

Roberto de Lira

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Limitar as exportações de gasolina e diesel da Rússia foi uma medida oportuna e durará o tempo necessário para garantir a estabilidade do mercado de combustíveis, disse nesta sexta-feira (22) o porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov. “O governo tomou as medidas necessárias em tempo hábil. Quanto tempo durarão? O tempo que for necessário para garantir a estabilidade do mercado”, afirmou em entrevista à agência Tass.

Segundo dados da Reuters, os preços atacadistas russos da gasolina AI-92 caíram 9,7%, para 55.892 rublos (cerca de US$ 582) por tonelada métrica nesta sexta-feira, um dia após a proibição do governo às exportações do combustível. Já os preços internos do diesel recuaram 7,5%, para 66.511 rublos por tonelada, de acordo com dados da Bolsa Mercantil Internacional de São Petersburgo (Spimex).

Os preços no atacado dos combustíveis na Rússia têm aumentado constantemente este ano, devido à escassez de combustível, atingindo máximas históricas.

Peskov comentou ainda não há razões para “explosões sociais” causadas pelo aumento dos preços dos combustíveis e que o governo russo está apenas a fazer o seu trabalho. “Este é um trabalho rotineiro do governo – garantir a estabilidade do mercado de combustíveis. O governo está cumprindo as suas funções”, concluiu.

A Rússia introduziu restrições à exportação de gasolina e diesel a partir de 21 de setembro. A série de restrições, que não foi detalhada, não se aplicam aos fornecimentos da Rússia à União Econômica Eurasiátia (UEE), bloco que inclui parceiros comerciais como Armênia, Bielorrússia, Cazaquistão e Quirguistão.

As restrições à exportação de gasolina e diesel ajudarão a conter as exportações “cinzentas”, saturarão o mercado interno e também poderão levar a uma redução adicional nos preços, disse um funcionário do Ministério da Energia aos repórteres na quinta-feira.