Kremlin admite que avião de Prigozhin pode ter sido abatido

Porta-voz do Kremlin inclui hipótese de ataque deliberado, mas diz que investigação não será feita, no momento, sob regras internacionais

Roberto de Lira

Yevgeny Prigozhin, ex-líder do Grupo Wagner, que morreu na queda do avião
Yevgeny Prigozhin, ex-líder do Grupo Wagner, que morreu na queda do avião

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A investigação oficial sobre o acidente de avião que matou o líder do grupo mercenário Wagner, Yevgeny Prigozhin, e outras nove pessoas na semana passada inclui a possibilidade de ter sido causado deliberadamente, segundo informações da agência Reuters. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse nessa quarta-feira (30) a jornalistas que a hipótese de ataque está sendo considerada.

“É óbvio que estão sendo consideradas diferentes versões, incluindo a versão – vocês sabem do que estamos falando – digamos, de uma atrocidade deliberada”, disse.

Peskov também informou que a investigação não se dará sob regras internacionais “neste momento”. Ele respondia questionamentos sobre o Centro Brasileiro de Pesquisa e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos ter se oferecido para ajudar nos trabalhos, uma vez que o jato executivo era de fabricação da Embraer. O Brasil é signatário da Convenção de Chicago, que regula investigações de acidentes aéreos.

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“A investigação está em curso, o comitê de investigação está empenhado nisso. Neste caso não se pode falar de qualquer aspecto internacional”, afirmou Peskov.

Ainda segundo a Reuters, mesmo após a morte do líder, a União Europeia acredita que o grupo Wagner vai permanecer operacional na África. Falando aos jornalistas após uma reunião de ministros da Defesa da UE na Espanha, Josep Borrell, disse ter certeza de que o grupo encontrará rapidamente um substituto para Prigozhin.

“Eles (o Wagner) continuarão operacionais em África porque é o braço armado da Rússia. Continuarão a servir Putin e a fazer o que fazem, o que certamente não contribui para a paz ou para defender os direitos e liberdades no Sahel”, disse o representante da UE para os negócios estrangeiros e a política de segurança e vice-presidente da Comissão Europeia.