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Israel afirmou nesta terça-feira (10) que recuperou o controle da fronteira de Gaza, atacando o enclave com os ataques aéreos mais ferozes nos 75 anos de história de seu conflito com os palestinos, apesar da ameaça do Hamas de executar um prisioneiro para cada casa atingida.
Israel prometeu realizar sua “poderosa vingança” desde que homens armados invadiram suas cidades, deixando as ruas repletas de corpos no ataque mais letal de sua história. O país convocou centenas de milhares de reservistas e colocou a Faixa de Gaza, onde vivem 2,3 milhões de pessoas, sob um cerco total.
A mídia israelense informou que o número de mortos nos ataques do Hamas subiu para 900 pessoas, a maioria civis mortos a tiros em suas casas, nas ruas ou em uma festa, superando a escala de qualquer outro ataque islâmico no passado, com exceção do 11 de setembro. Muitos israelenses foram levados para Gaza como reféns.
Desde então, cerca de 700 habitantes de Gaza foram mortos em ataques israelenses, de acordo com autoridades de Gaza, e bairros inteiros de Gaza foram arrasados.
As Nações Unidas disseram que 180 mil habitantes de Gaza ficaram desabrigados, muitos deles amontoados nas ruas ou em escolas. A fumaça e as chamas subiram ao céu da manhã, enquanto o bombardeio nas estradas muitas vezes impossibilitava que as equipes de emergência chegassem ao local dos ataques.
No necrotério do hospital Khan Younis, em Gaza, os corpos foram colocados no chão em macas com os nomes escritos em suas barrigas. Os médicos pediram aos parentes que pegassem os corpos rapidamente, pois não havia mais espaço para os mortos.
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Houve muitas vítimas em um antigo prédio municipal atingido enquanto era usado como abrigo de emergência para famílias desabrigadas.
“Há um número extraordinário de mártires, as pessoas ainda estão sob os escombros, alguns amigos são mártires ou estão feridos”, disse Ala Abu Tair, de 35 anos, que buscou abrigo ali com sua família depois de fugir de Abassan Al-Kabira, perto da fronteira. “Nenhum lugar é seguro em Gaza, como você vê, eles atingem todos os lugares.”
Nenhum lugar para se esconder
Três jornalistas de Gaza foram mortos quando um míssil israelense atingiu um prédio enquanto eles estavam do lado de fora fazendo uma reportagem. Isso elevou o número de jornalistas mortos em Gaza para seis desde sábado (7).
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Militares israelenses aconselharam os civis de Gaza a fugir para o Egito, mas logo depois emitiram um esclarecimento rápido confirmando que a passagem estava fechada e que não havia saída.
Quanto aos agentes do Hamas, eles não tinham “nenhum lugar para se esconder em Gaza”, disse o porta-voz militar e contra-almirante Daniel Hagari. “Nós os alcançaremos em qualquer lugar.”
Em Israel, ainda não havia uma contagem oficial completa dos mortos e desaparecidos nos ataques de sábado. Na cidade de Be’eri, no sul do país, onde mais de 100 corpos foram resgatados, voluntários com coletes amarelos e máscaras carregaram solenemente os mortos para fora das casas em macas.
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Ofensiva terrestre?
O próximo passo de Israel pode ser uma ofensiva terrestre na Faixa de Gaza, território que abandonou em 2005 e que mantém sob bloqueio desde que o Hamas assumiu o poder em 2007. O cerco total anunciado na segunda-feira (9) impedirá que até mesmo alimentos e combustível cheguem à faixa.
Israel foi pego tão completamente desprevenido pelo ataque de sábado que levou mais de dois dias para finalmente selar a barreira de alta tecnologia de vários bilhões de dólares, que deveria ser impenetrável.
O porta-voz militar Hagari disse no início da terça-feira que não houve novas infiltrações de Gaza desde o dia anterior.
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Os líderes israelenses agora terão que decidir se restringirão sua retaliação para proteger os reféns. O porta-voz do Hamas, Abu Ubaida, ameaçou na segunda-feira matar um prisioneiro israelense para cada bombardeio israelense a uma casa civil – e transmitir a morte.
Os ataques de sábado e a retaliação israelense desestruturaram os planos dos diplomatas no Oriente Médio em um momento crucial, quando Israel estava prestes a chegar a um acordo para normalizar as relações com a mais rica potência árabe, a Arábia Saudita.
Os países ocidentais apoiaram fortemente Israel. As cidades árabes viram manifestações de rua em apoio aos palestinos. O Irã, patrono do Hamas, comemorou os ataques, mas negou ter desempenhado um papel direto neles.