IPCA sobe 0,24% em outubro, abaixo do esperado, com pressão de passagem aérea

No ano, a inflação acumulada é de 3,75% e, nos últimos 12 meses, de 4,82%; passagens aéreas subiram 23,70% na comparação com o mês anterior

Roberto de Lira

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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do País, teve variação positiva de 0,24% em outubro, informou nesta sexta-feira (10) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No ano, a inflação acumulada é de 3,75% e, nos últimos 12 meses, de 4,82%.

O dado de outubro ficou abaixo do esperado: o consenso Refinitiv estimava inflação de 0,29% na comparação mensal e de 4,87% em 12 meses.

A inflação mensal divulgada representou uma desaceleração, após a alta de 0,26% em setembro.

Segundo André Almeida, gerente do IPCA, o resultado de outubro foi impulsionado pelos preços das passagens aéreas, que subiram 23,70% na comparação com o mês anterior. Esse item já vinha de uma alta de 13,47% em setembro. “É o segundo mês seguido de alta das passagens aéreas. Essa alta pode estar relacionada a alguns fatores como o aumento no preço de querosene de aviação e a proximidade das férias de fim de ano”, explicou Almeida em nota.

Segundo o IBGE, oito dos nove grupos de produtos e serviços mostrara inflação no mês. Os destaques foram transportes (0,35%) e alimentação e bebidas (0,31%), que têm maior peso no índice.

Além do aumento das passagens aéreas, o grupo de transporte teve como destaque as altas do táxi (1,42%) e do óleo diesel (0,33%), único item dos combustíveis que registrou inflação. No período, os preços da gasolina (-1,53%), do gás veicular (-1,23%) e do etanol (-0,96%) caíram.

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“A gasolina é o subitem de maior peso entre os 377 da cesta do IPCA. Essa queda em outubro foi o maior impacto negativo no índice (-0,08 p.p) e contribuiu para segurar o resultado do grupo de transportes”, disse o gerente da pesquisa.

Alimentação

No grupo de alimentação e bebidas, que vem de quatro deflações consecutivas, a alimentação no domicílio subiu 0,27%, alta que foi impulsionada pelo avanço nos preços da batata-inglesa (11,23%), da cebola (8,46%), das frutas (3,06%), do arroz (2,99%) e das carnes (0,53%).

“O arroz acumula alta de 13,58% no ano. Esse resultado é influenciado pela menor oferta, já que ele está no período de entressafra e houve maior demanda de exportação. No caso da batata e da cebola, a menor oferta é resultado do aumento de chuvas nas regiões produtoras, que prejudicou a colheita”, explicou Almeida.

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Os preços das carnes vinham em queda desde janeiro, com deflação acumulada no período de 11,08%. Outros itens básicos na mesa do brasileiro tiveram queda em outubro, como o leite longa vida (-5,48%) e o ovo de galinha (-2,85%).

A alimentação fora do domicílio ficou mais cara (0,42%), com o aumento da refeição (0,48%) e do lanche (0,19%). “De maneira geral, esse grupo tem apresentado altas seguidas, mas em outubro houve uma aceleração, passando da variação de 0,12%, em setembro, para 0,42%”, disse o pesquisador.

Entre os grupos pesquisados no IPCA, o único que registrou deflação foi o de comunicação (-0,19%), impulsionado pelas quedas nos preços dos aparelhos telefônicos e dos planos de telefonia fixa.

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INPC

A alta do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) foi de 0,12% em outubro, próxima à registrada no mês anterior (0,11%). O índice acumula aumento de 3,04% no ano e de 4,14% nos últimos 12 meses.

Os produtos alimentícios subiram 0,23% em outubro, após a queda de 0,74% em setembro. Já os preços dos não alimentícios variaram 0,09%, abaixo do registrado em setembro (0,38%).