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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o indicador de inflação oficial do País, desacelerou para 0,16% em março, após subir 0,83% em fevereiro, informou nesta quarta-feira (10) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No ano, o IPCA acumula alta de 1,42% e, nos últimos 12 meses, de3,93%.
Em março de 2023, a variação havia sido de 0,71%.
Os dados ficaram abaixo do esperado, pois o consenso LSEG de analistas estimava inflação de 0,25% na comparação mensal. A estimava para a inflação em 12 meses era de 4,01%.
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Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, seis tiveram alta em março. A maior variação (0,53%) veio de Alimentação e bebidas. Na sequência, veio o grupo Saúde e cuidados pessoais (0,43%).
No campo negativo, o destaque foi a queda de Transportes (-0,33%). Os demais grupos ficaram entre o -0,13% de Comunicação e o 0,33% de Despesas pessoais.
Segundo André Almeida, gerente da pesquisa, a desaceleração na inflação também é explicada pelo fato de que, em fevereiro, os preços da Educação tiveram alta significativa por conta dos reajustes habitualmente praticados no início do ano letivo, o que não aconteceu em março. Esse grupo saiu de alta de 4,98% para 0,14%.
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Alimentos
Embora o grupo Alimentação tenha se destacado, o movimento de alta (0,53) foi menor que o registrado em fevereiro (0,95%). “Problemas relacionados às questões climáticas fizeram os preços dos alimentos, em geral, aumentarem nos últimos meses. Em março, os preços seguem subindo, mas com menos intensidade”, aponta o pesquisador.
A alimentação no domicílio também desacelerou, de 1,12% em fevereiro para 0,59% em março. Destacam-se as altas da cebola (14,34%), do tomate (9,85%), do ovo de galinha (4,59%), das frutas (3,75%) e do leite longa vida (2,63%).
“O caso do ovo de galinha tem uma explicação própria: tratou-se de um período em que uma parcela da população faz a opção de não comer carne por questões religiosas, aumentando a demanda dessa proteína”, ressalta Almeida.
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A alimentação fora do domicílio (0,35%) também desacelerou em relação ao mês anterior (0,49%). Já o lanche acelerou de 0,25% para 0,66%, mas a refeição (0,09%) teve uma alta menor que em fevereiro (0,67%).
Transportes
O grupo Transportes inverteu o sinal e passou da alta de 0,72% em fevereiro para a queda de 0,33% em março, por influência dos preços da passagem aérea e da desaceleração da gasolina. O recuo nos preços da passagem aérea foi de 9,14%. Já a gasolina saiu de 2,93% para 0,21%.
Entre os combustíveis (0,17%), além da gasolina, o etanol também teve alta, de 0,55%. Já gás veicular (-2,21%) e óleo diesel (-0,73%) registraram recuo nos preços, enquanto o subitem táxi teve alta de 0,23% devido ao reajuste de 8,31% em Belo Horizonte (2,28%), a partir de 8 de fevereiro.
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Habitação e Despesas Pessoais
Em Habitação, a alta de 0,19% teve a energia elétrica como destaque, com preços 0,12% mais altos, influenciada por reajustes de 3,84%, a partir de 15 de março, e de 2,76%, a partir de 19 de março, aplicados nas duas concessionárias pesquisadas no Rio de Janeiro (1,18%).
O grupo de Despesas pessoais acelerou de 0,05% para 0,33% na passagem de fevereiro para março, com influência do item Cinema, teatro e concertos, que teve alta de 5,14%, após o fim das promoções.
“Na última semana de fevereiro, após o carnaval, houve uma campanha para ingressos com valores promocionais para o cinema. Isso acabou impactando no índice daquele mês, ocorrendo, agora em março, uma devolução ao patamar regular”, explica o pesquisador.
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INPC
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) foi de 0,19% em março, ante 0,81% em fevereiro. No ano, o INPC tem alta de 1,58% e, nos últimos 12 meses, de 3,40%. Em março de 2023, a taxa foi de 0,64%.
Os preços dos produtos alimentícios passaram de 0,95% em fevereiro para 0,50% em março, enquanto a alta dos produtos não alimentícios foi de 0,77% para 0,09%.
Regionalmente, somente Porto Alegre (-0,21%) registrou queda de preços, influenciada pela batata-inglesa (-18,42%) e pela gasolina (-2,41%). Já a maior variação ocorreu em São Luís (0,79%), por conta da alta do tomate (23,51%).