Puxado por alimentos e energia elétrica, IPCA de agosto tem deflação de 0,02%

Foi a primeira taxa negativa desde junho de 2023, quando o índice registrou queda de 0,08%; no ano, a inflação acumulada é de 2,85% e, nos últimos 12 meses, de 4,24%

Roberto de Lira

Supermercado no Rio de Janeiro (Foto: Sergio Moraes/Reuters)
Supermercado no Rio de Janeiro (Foto: Sergio Moraes/Reuters)

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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o indicador de inflação oficial do País, mostrou deflação de -0,02 em agosto, após ter registardo alta de 0,38% em julho, informou nesta sexta-feira (9) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa foi a primeira taxa negativa desde junho de 2023, quando o índice registrou queda de 0,08%. 

No ano, a inflação acumulada é de 2,85% e, nos últimos 12 meses, de 4,24%. 

O dado mensal veio ainda mais baixo que o esperado pelos analistas consultados pela Reuters, que esperavam um IPCA quase estável em +0,01%. Na comparação anual, esperava-se um IPCA de 4,29%.

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Segundo o IBGE, a taxa menos intensa de inflação no mês foi puxada pelos preços da energia elétrica residencial e por alimentos e bebidas.

O gerente da pesquisa, André Almeida, destacou em nota que a mudança de bandeira tarifária da energia como fator preponderante para explicar o resultado de queda do grupo Habitação no índice.

“A principal influência veio de energia elétrica residencial, com o retorno à bandeira tarifária verde em agosto, onde não há cobrança adicional nas contas de luz, após a mudança para a bandeira amarela em julho”, pontua.

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No grupo de Alimentação e bebidas (-0,44%), a alimentação no domicílio (-0,73%) apresentou o segundo recuo consecutivo, após queda de 1,51% em julho. Foram observadas quedas nos preços da batata inglesa (-19,04%), do tomate (-16,89%) e da cebola (-16,85%).

“O principal fator que contribuiu para a queda nos preços foi uma maior oferta desses produtos no mercado por conta de um clima mais ameno no meio do ano, que favorece a produção desses alimentos, com maior ritmo de colheita e intensificação de safra”, destacou Almeida.

No lado das altas, destacaram-se o mamão (17,58%), a banana-prata (11,37%) e o café moído (3,70%).

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Já a alimentação fora do domicílio (0,33%) teve variação abaixo da registrada no mês anterior (0,39%). O subitem lanche desacelerou de 0,74% em julho para 0,11% em agosto, enquanto a refeição acelerou de 0,24% para 0,44%.

O grupo Transportes apresentou estabilidade (0,0%) no mês, em grande parte, por movimentos de preços em sentidos opostos em seus principais subitens. Nos combustíveis, gás veicular (4,10%), gasolina (0,67%) e óleo diesel (0,37%) apresentaram altas, enquanto o etanol recuou 0,18%. Além disso, as passagens aéreas registraram queda nos preços (-4,93%).

“A queda no preço das passagens aéreas em agosto pode ser explicada por um movimento contrário ao observado em julho, mês de férias escolares, quando as passagens aéreas são mais demandadas por conta de viagens que as famílias realizam”, explicou o gerente da pesquisa.

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INPC

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve queda de 0,14% em agosto, um dado 0,40 ponto percentual abaixo do resultado observado em julho (0,26%). No ano, o INPC acumula alta de 2,80% e, nos últimos 12 meses, de 3,71%, abaixo dos 4,06% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em agosto de 2023, a taxa foi de 0,20%.

Os produtos alimentícios caíram 0,63% em agosto, segundo recuo consecutivo, após queda de 0,95% em julho. Por sua vez, a variação dos não alimentícios desacelerou de 0,65% em julho para 0,02% em agosto.

Regionalmente, Vitória registrou a maior alta (0,13%), por conta da taxa de água e esgoto (4,04%). Já a menor variação foi observada em São Luís (-0,58%), por conta dos recuos dos preços do tomate (-23,78%) e da energia elétrica residencial (-4,50%).