IPCA-15 sobe 0,76% em fevereiro, acima do esperado

O consenso Refinitiv apontava para inflação de 0,72%; nos últimos 12 meses, a variação do IPCA-15 foi de 5,63%, ante estimativa de 5,60%

Roberto de Lira

(AndreyPopov/Getty Images)
(AndreyPopov/Getty Images)

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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), a prévia da inflação oficial, subiu 0,76% em fevereiro, informou nesta sexta-feira (24) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O dado ficou acima da estimativa dos analistas do mercado financeiro: o consenso Refinitiv apontava para inflação de 0,72%

Nos últimos 12 meses, a variação do IPCA-15 foi de 5,63%, abaixo 5,87% observados nos 12 meses até janeiro. Neste caso, o consenso dos analistas estava em 5,60%.

Em fevereiro de 2022, o IPCA-15 foi de 0,99%.

Em fevereiro, com exceção de Vestuário, cujos preços recuaram 0,05% depois da alta de 0,42% em janeiro, oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta no mês de fevereiro.

A maior variação e o maior impacto para a inflação vieram de Educação, com 6,41% e 0,36 p.p. respectivamente. Os grupos Habitação (0,63% e 0,10 p.p.), com uma aceleração em relação ao mês anterior (0,17%), e Alimentação e bebidas (0,39% e 0,08 p.p.) apareceram em seguida. Os demais ficaram entre o 0,08% de Transportes e o 0,78% de Comunicação.

Educação e Habitação

No grupo Educação, a maior contribuição veio dos cursos regulares (7,64%), por conta dos reajustes habitualmente praticados no início do ano letivo. As maiores variações vieram do ensino médio (10,29%), do ensino fundamental (10,04%), da pré-escola (9,58%) e da creche (7,28%). Ensino superior (5,33%), curso técnico (4,50%) e pós-graduação (3,47%) também registraram altas.

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O grupo Habitação também acelerou em relação a janeiro, influenciado pelas altas em aluguel residencial (0,89%) e condomínio (0,62%). A taxa de água e esgoto (1,32%) também registrou alta em fevereiro, consequência dos reajustes aplicados em Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza e Salvador.

Foi destaco pelo IBGE o subitem gás encanado (1,50%), em decorrência das altas de 4,22% no Rio de Janeiro – onde houve aumento de 9,00% no dia 1º de janeiro e, posteriormente, redução de 2,86% a partir de 1º de fevereiro – e de 4,60% em Curitiba, onde houve aumento de 13,34% e mudança na forma de cobrança.

Em São Paulo, a redução de 0,71% a partir de 1º de janeiro não havia sido incorporada no IPCA-15 de janeiro e foi apropriada integralmente no indicador de fevereiro.

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Ainda em Habitação, a energia elétrica subiu 0,35%, após queda de 0,16% no mês anterior. Os resultados das áreas foram desde -3,44% em Brasília até 5,99% em Salvador, onde o ICMS retornou ao patamar de 27% a partir de 1º de janeiro.

Alimentação e Transportes

Em Alimentação e bebidas, os preços dos alimentos para consumo no domicílio subiram 0,38%, influenciados pelas altas da cenoura (24,25%), das hortaliças e verduras (8,71%), do leite longa vida (3,63%), do arroz (2,75%) e das frutas (2,33%).

No lado das quedas, destaca-se a redução nos preços da cebola (-19,11%), do tomate (-4,56%), do frango em pedaços (-1,98%) e das carnes (-0,87%). A alimentação fora do domicílio (0,40%) ficou com resultado próximo ao do mês anterior (0,39%). O lanche teve alta de 0,78% e, a refeição, de 0,16%.

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Em Transportes, houve uma desaceleração em fevereiro, motivada pela queda de 9,45% nos preços das passagens aéreas. Todos os combustíveis (-0,28%) registraram queda de preço em fevereiro: etanol (-1,65%), gás veicular (-1,59%), óleo diesel (-0,59%) e gasolina (-0,04%). Destaque também para a alta do subitem emplacamento e licença (1,62%), que incorporou a fração mensal referente ao IPVA de 2023.

Ainda em Transportes, a alta de 0,99% nas passagens dos ônibus urbanos ocorreu devido ao aumento de 6,17% no Rio de Janeiro, vigente desde 7 de janeiro. A alta de 1,34% no subitem trem também reflete um reajuste ocorrido na região metropolitana do Rio de Janeiro.

Foi mencionada também a variação de 2,11% dos táxis, em função dos reajustes de 16,74% em Salvador (8,28%), em vigor desde 30 de dezembro, e de 8,88% no Rio de Janeiro (5,15%), a partir de 1º de janeiro.