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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) teve alta em dezembro, de 0,52% ante novembro, informou nesta sexta-feira (23) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em novembro, o indicador havia subido 0,53% na comparação mensal. Assim, fechou o ano de 2022 com variação acumulada de 5,90%.
O dado ficou em linha com o esperado, uma vez que o consenso Refinitiv projetava alta mensal de 0,52% e de 5,92% na comparação anual.
Em 2021, a prévia da inflação havia sido de 10,42%, a maior para um ano desde 2015.
Entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete tiveram alta em dezembro. Transportes (0,85%) e Alimentação e bebidas (0,69%) foram responsáveis pelo maior impacto no mês, com 0,17 ponto percentual (p.p.) e 0,15 p.p. respectivamente. Vestuário (1,16%), por sua vez, apresentou a maior variação, fechando o ano com a maior alta acumulada (18,39%) entre os grupos.
Os resultados de Saúde e cuidados pessoais (0,40%) desaceleraram em relação a novembro (0,91%), e Habitação (0,40%), cuja variação foi semelhante à do mês anterior (0,48%). Os demais grupos ficaram entre a queda de 0,46% dos Artigos de residência e a alta de 0,39% de Despesas pessoais.
O grupo dos Transportes acelerou de novembro (0,49%) para dezembro (0,85%), principalmente devido à alta nos preços das passagens aéreas (0,47%), que haviam recuado quase 10% no mês anterior. Os preços dos combustíveis (1,79%) seguiram em alta, embora o resultado tenha ficado abaixo do observado em novembro (2,04%). A gasolina (1,52%), em particular, contribuiu com o maior impacto individual no índice do mês, 0,07 p.p., enquanto o etanol (5,44%) teve a maior variação entre os combustíveis pesquisados. Óleo diesel (-1,05%) e gás veicular (-1,33%) tiveram queda de preços em dezembro.
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Alimentos: maior impacto em 2022
No topo da lista dos maiores impactos de 2022 está o grupo Alimentação e bebidas, com 2,47 p.p. e alta de 11,96%. Na passagem de novembro para dezembro, os preços dos alimentos para consumo no domicílio subiram 0,78%, influenciados pelas altas da cebola (26,18%) e do tomate (19,73%). Nos últimos três meses, as variações acumuladas desses dois produtos foram de 52,74% e 49,84%, respectivamente.
Além disso, os preços do arroz (2,71%) e das carnes (0,92%) também subiram em dezembro, contribuindo para a alta observada no grupo. No lado das quedas, destaca-se a redução nos preços do leite longa vida (-6,10%) pelo quarto mês consecutivo. Apesar da queda, o produto encerrou o ano de 2022 com aumento de 25,42%. Já alimentação fora do domicílio apresentou um resultado próximo ao de novembro (0,40%). O lanche teve alta de 0,88%, enquanto a refeição subiu 0,28%.
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No grupo Vestuário (1,16%), todos os itens pesquisados tiveram alta. As maiores contribuições vieram das roupas femininas (1,54%) e masculinas (1,47%), ambas com 0,02 p.p. O grupo teve alta em todos os meses de 2022, sendo a maior delas em abril (1,97%) e a menor em agosto (0,76%), e foi responsável pelo terceiro maior impacto no ano (0,78 p.p.).
Ocupando o segundo lugar no ranking dos maiores impactos no ano, contribuindo com 1,38 p.p., o grupo Saúde e cuidados pessoais (0,40%) teve uma desaceleração causada, em grande parte, pelos itens de higiene pessoal, que passaram de alta de 1,76% em novembro para 0,04% em dezembro, próximo da estabilidade. Houve queda nos preços dos produtos para unha (-5,05%), dos perfumes (-1,54%) e dos produtos para pele (-1,39%). No lado das altas, o destaque segue sendo o plano de saúde (1,21%), que incorpora a fração mensal dos reajustes dos planos novos e antigos para o ciclo de 2022 a 2023.
No grupo Habitação, a principal contribuição veio da energia elétrica residencial (0,87%), com 0,03 p.p. As variações das áreas pesquisadas ficaram entre -0,71% no Rio de Janeiro e 18,78% em Brasília, onde as tarifas por kWh foram reajustadas em 21,54% a partir de 3 de novembro. Em Porto Alegre (1,74%), houve reajuste de 3,62% em uma das concessionárias pesquisadas, em vigor desde 22 de novembro.
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Ainda em Habitação, destaca-se também a alta da taxa de água e esgoto (0,83%), decorrente dos reajustes de 11,82% no Rio de Janeiro (9,00%), em vigor desde 8 de novembro, e de 10,15% em Belém (5,62%), válido desde 28 de novembro. Já o gás encanado (-0,45%) teve queda, consequência da redução de 2,47% das tarifas no Rio de Janeiro (-1,41%), aplicada a partir de 1º de novembro.
Quanto aos índices regionais, todas as áreas pesquisadas tiveram alta em dezembro. A maior variação foi registrada em Goiânia (0,89%), influenciada pelas altas da gasolina (2,74%), da energia elétrica (4,13%) e do tomate (33,75%). O menor resultado, por sua vez, ocorreu em Salvador (0,36%), onde pesou a queda de 3,50% nos preços da gasolina.
(com Agência de Notícia IBGE)