IPCA-15 desacelera para 0,39% em junho, abaixo do esperado, diz IBGE

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete tiveram alta em junho; maiores influência vieram de Alimentação e Bebidas, Habitação e Saúde e cuidados pessoais

Roberto de Lira

Supermercado no Rio de Janeiro (Foto: Sergio Moraes/Reuters)
Supermercado no Rio de Janeiro (Foto: Sergio Moraes/Reuters)

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O IPCA-15, prévia da inflação oficial do país, desacelerou em junho, com alta de 0,39%, após os 0,44% de maio, informou nesta quarta-feira (26) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em maio de 2023, o IPCA-15 tinha sido de 0,04%.

Em 12 meses, a variação do IPCA-15 em maio foi 4,06%, acima dos 3,70% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.

Os dados vieram abaixo do consenso LSEG de analistas, que previa inflação mensal de 0,45% e taxa anualizada de 4,12%.

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O IPCA-E, acumulado trimestral do IPCA-15, ficou em 1,04%, menor que a taxa de 1,12% registrada no mesmo período do ano passado.

No mês, dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete tiveram alta em junho. Apenas o grupo dos Transportes (-0,23%) e o de Artigos de residência (-0,01%) apresentaram variação negativa.

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As maiores influências de para a inflação no mês vieram dos grupos Alimentação e Bebidas (0,98%), Habitação (0,63%) e Saúde e cuidados pessoais (0,57%).

Alimentos e bebidas

No grupo Alimentação e bebidas, a alimentação no domicílio acelerou de 0,22% em maio para 1,13% em junho.

Contribuíram para esse resultado as altas da batata inglesa (24,18%), do leite longa vida (8,84%), do arroz (4,20%) e do tomate (6,32%). No lado das quedas, destacaram-se o feijão carioca (-4,69%), a cebola (-2,52%) e as frutas (-2,28%).

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A alimentação fora do domicílio (0,59%) também acelerou em relação ao mês de maio (0,37%), em virtude das altas de lanche (de 0,47% em maio para 0,80% em junho) e da refeição (0,34% em maio para 0,51% em junho).

Habitação

Em Habitação, a alta da taxa de água e esgoto (2,29%) foi influenciada pelos reajustes de 6,94% em São Paulo (5,48%), a partir de 10 de maio, de 9,85% em Brasília (4,60%), a partir de 1º de junho, e de 2,95% em Curitiba (2,86%), a partir de 17 de maio.

A energia elétrica residencial subiu 0,79% no mês, influenciada por reajustes tarifários em Salvador, Recife, Fortaleza e Belo Horizonte.

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Ainda em Habitação, no subitem gás encanado (-0,10%), o resultado do Rio de Janeiro (-0,33%) decorre de redução média de 1,75%, a partir de 1º de junho, após o reajuste de 0,97% aplicado a partir de 1º de maio.

Saúde e cuidados pessoais

O resultado do grupo Saúde e cuidados pessoais foi influenciado pela alta nos preços dos planos de saúde (0,37%), decorrente do reajuste de até 6,91% autorizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em 4 de junho, com vigência a partir de maio de 2024 e cujo ciclo se encerra em abril de 2025.

Transportes

No grupo Transportes, houve queda na passagem aérea (-9,87%). Em relação aos combustíveis (-0,22%), todos registraram queda nos preços: etanol (-0,80%), gás veicular (-0,46%), óleo diesel (-0,42%) e gasolina (-0,13%).

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O subitem táxi apresentou alta de 0,18%, devido ao reajuste de 17,64% em Recife (3,09%), a partir de 22 de abril.